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SLC antecipa compra de insumos para driblar cenário; tem 83% do potássio para 22/23

A SLC Agrícola, uma das maiores produtoras de grãos e oleaginosas do Brasil, disse nesta quarta-feira que antecipou negociações para compra de insumos da safra 2022/23, em meio à oferta mais escassa de fertilizantes devido à guerra na Ucrânia.

A empresa fechou 83% da necessidade de cloreto de potássio para a safra 2022/23, a ser plantada a partir de setembro.

“Estamos bem antecipados nas compras… a expectativa era começar a comprar fertilizantes em maio/junho, pensávamos que o preço podia cair ainda mais, mas aí veio a guerra e mudou radicalmente o cenário”, disse o presidente da SLC, Aurélio Pavinato, em videoconferência.

Ele afirmou que as aquisições de defensivos também foram antecipadas, visto que as negociações tradicionalmente começam a ser feitas em março, e neste mês já há produtos comprados.

A preocupação para garantir o potássio ocorreu porque o adubo começa a ser aplicado nas fazendas da empresa durante a entressafra, entre junho e julho. Este é o principal insumo fornecido ao Brasil pelos russos.

“A grande discussão é quanto a Rússia e Belarus vão conseguir enviar de fertilizantes”, disse o executivo.

No caso dos nitrogenados, Pavinato explicou que a aplicação ocorre mais tarde, até o plantio da segunda safra de milho e algodão, o que justifica esperar a evolução do mercado.

“O nosso uso do nitrogênio vai de novembro a abril do ano que vem… A gente tem tempo ainda para comprar fertilizantes, da para esperar para ver o que vai acontecer”, acrescentou ele.

Em relatório na véspera sobre os resultados em 2021, quando o lucro da SLC superou 1 bilhão de reais pela primeira vez, a companhia disse que já comprou 49% dos fertilizantes fosfatados, além de 59% dos defensivos que precisará para a nova safra.

A empresa, que tem fazendas em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Maranhão, Piauí, Bahia e Goiás, declarou que não comprou fertilizantes nitrogenados, que podem ser negociados “até o final do segundo semestre de 2022”.

“A relação de troca entre preço de commodities e fertilizantes está sendo acompanhada e o restante dos insumos será negociado no melhor momento”, disse a SLC, em momento de altas de produtos agrícolas.

Já os insumos sofrem pressão de custos pela alta do petróleo e questões de oferta, uma vez que a Rússia é grande fornecedora e em geral a maior exportadora de fertilizantes ao Brasil.

“A política de hedge é bem estruturada e visa garantir um bom nível de margem para a empresa. Dado a fixação de parte dos insumos, avançamos no hedge para a safra 2022/23, atingindo bons preços tanto para as commodities, quanto para o câmbio”, disse.

Dessa forma, disse a SLC, a expectativa é que o aumento de custos seja compensado pelo aumento na receita através de preços mais altos, mantendo margens nos níveis dos últimos anos.

“Os preços dos insumos estão altos… o que falta comprar, não se sabe a que preço vai pagar…, mas os preços das commodities também, e com isso temos uma visão que vamos manter boas margens em 23”, disse o CEO.

RESULTADO EM 2021

A companhia teve um lucro líquido de 1,13 bilhão de reais no quarto trimestre, crescimento 153,3% em relação a 2020. A margem líquida também foi recorde, 25,9%, com aumento de 13,2 pontos.

A dívida líquida ajustada encerrou 2021 em 2,4 bilhões de reais, alta 1,7 bilhão em 12 meses, com impacto principalmente do aumento na necessidade de capital de giro oriunda do volume de pagamentos dos insumos agrícolas da safra 2021/22 e a liquidação total do endividamento da Terra Santa Agro.

Fonte: Reuters

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