Empresa canadense amplia força de trabalho feminina no Nordeste goiano como estratégica para o crescimento do setor
Que as mulheres estão conquistando cada vez mais espaços no mercado de trabalho, não é mais surpresa. Mas agora elas passam a assumir tarefas e cargos que antes eram tidas como exclusivamente masculinas. Ampliando a participação feminina, nessa semana o governo federal publicou um decreto com regras para o alistamento militar feminino voluntário no Brasil. Até agora, as Forças Armadas só aceitam mulheres em funções oficiais a partir dos cursos de formação de suboficiais e oficiais e cargos de nível superior, como médicas, engenheiras e coordenadoras de tráfego aéreo. O alistamento aos 18 anos, no entanto, ainda é restrito aos homens e as novas regras permitem que mulheres também se voluntariem nessa idade.
Com a mudança de cenário, empresas antenadas já estão recrutando a força de trabalho feminina, sem qualquer distinção. Em Goiás, a Aclara, que já se destaca por seu projeto sustentável de lavra e beneficiamento das terras raras, elementos essenciais para a transição energética, agora se sobressai ao promover a inclusão da mulher na indústria da mineração. A empresa acaba de se tornar signatária do movimento Women In Mining Brasil (WIM). “Acredito que, com esse movimento, as mulheres estejam conquistando cada vez mais seu espaço dentro na mineração. É possível enfrentar novos desafios nesse ambiente considerado masculino e ter sucesso”. A afirmação de Rayanne Nery de Oliveira, assistente-administrativo na Aclara, em Nova Roma, no Nordeste de Goiás, reflete o momento de mudança e inovação no setor de mineração no Brasil.
O WIM Brasil é um movimento que se consolidou em 2019 com o objetivo de ampliar e fortalecer a participação das mulheres no setor mineral brasileiro. Ao aderir ao movimento, a Aclara se comprometeu a implementar um plano de ação para tornar o ambiente de trabalho mais diverso, inclusivo e com equidade, atrair e reter novas colaboradoras, capitalizar seus pontos fortes e reconhecer seu valor, ter um olhar mais apurado para as mulheres das comunidades e ainda valorizar o empreendedorismo feminino na cadeia de fornecedores. “É tempo de construir, na indústria da mineração, uma nova cultura capaz de absorver mais mulheres, que correspondem à metade da capacidade de trabalho no Brasil”, afirma Florencia Fernandez, Gerente de Recursos Humanos de Aclara Resources.
Atualmente no Brasil, apenas 21% da força de trabalho no setor é feminina, segundo levantamento do WIM Brasil em parceria com a Ernst Young (EY). Na Aclara no Brasil, as mulheres correspondem a 45% da equipe. Além disso, a companhia tem aumentado o número de mulheres em postos de liderança nas diversas áreas de atuação da mineradora. São geólogas, administradoras e engenheiras, como Mayane Santos do Nascimento. Ela é formada em Engenharia Ambiental, pós-graduada em Engenharia de Segurança do Trabalho e hoje é coordenadora de Saúde e Segurança do Trabalho na empresa.
Com atuação na área da mineração há 4 anos, Mayane conta que já sofreu preconceito por trabalhar em uma área técnica majoritariamente ocupada por homens e, muitas vezes, teve sua capacidade e posicionamento profissionais questionados apenas pelo fato de ser mulher. Por isso,ela considera positiva a participação da Aclara no movimento WIM Brasil. “É importante para reforçar o compromisso da empresa em respeitar as diferenças e as necessidades de suas profissionais, além de contribuir para o engajamento e encorajamento de mais mulheres em cargos e atividades que são vistas como preferencialmente masculinas”, salienta.
Vários países e organizações globais já compreenderam os benefícios que a cultura de inclusão tem em sua economia. Promover a diversidade, a equidade e a inclusão trazem também retorno financeiro para as empresas e para a sociedade. Portanto, o plano de ação do WIM Brasil, que já tem a adesão de 58 empresas no país, é uma ferramenta estratégica para as mineradoras implementarem medidas transformadoras, que aumentem a participação das mulheres e criem um ambiente inclusivo e diverso, em que todas e todos possam participar ativamente na construção de uma indústria com inovação e impactos positivos para a sociedade e para os acionistas.
Ainda há um caminho a ser trilhado para que essa diferença possa ser diminuída e, assim, equiparar a competência feminina. “Sei que nós mulheres temos uma jornada ainda muito pesada para combater todas as diferenças no ambiente de trabalho e principalmente nas atividades da mineração. Mas sei que estou contribuindo para um futuro melhor para nossas filhas e um mundo de mais respeito pelas diversidades”, conclui Mayane.