Governador de Goiás e pré-candidato à Presidência do Brasil, Ronaldo Caiado (União Brasil) fez novas críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e disse que a atual gestão no Planalto não tem “qualquer interesse em enfrentar o crime”. As declarações do chefe do Executivo goiano ocorrem em um momento em que o País enfrenta uma grave crise na Segurança Pública.
“O governo Lula nunca deu sinais claros, em dois anos e quatro meses, de ter qualquer interesse em assumir um papel decisivo no enfrentamento ao crime no País. Até o momento, o que se vê é o avanço cada vez maior das facções, não apenas do ponto de vista territorial, mas também econômico”, disse Caiado durante entrevista à revista IstoÉ.
O chefe do Executivo goiano afirmou haver uma complacência do governo federal em relação à criminalidade e avalia a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Segurança Pública como um factoide. “Não há necessidade de alterar a Constituição para integrar as forças de segurança. O que nós precisamos fazer é promover a integração das polícias de forma facilitada, com leis complementares. O texto da PEC prevê um conjunto de normas gerais de Segurança Pública, Defesa Social e Sistema Penitenciário. Esse dispositivo é um golpe sobre todos os estados, porque retira o direito constitucional que é dado a nós, governadores, para administrar as penitenciárias e as forças policiais”, defendeu.
Ainda na ocasião, Caiado usou Goiás como exemplo em segurança pública. Esta é a área de maior destaque na gestão do governador e que, provavelmente, será a principal bandeira na corrida eleitoral ao Palácio do Planalto. De acordo com o chefe do Executivo goiano, o Estado é o “mais seguro do País”, com dados que mostram redução na criminalidade.
“Em Goiás, o preso não tem direito à visita íntima, o que é contrário ao que deseja o governo federal. Aqui, os policiais não usam câmeras nas fardas, e há uma Corregedoria [de Polícia] forte para combater irregularidades, também ao contrário do que o governo federal pretende fazer. Então, há um desejo de sobrepor as normas federais às dos estados. Ao mesmo tempo, não há nada na PEC sobre combate ao crime nas fronteiras ou inteligência apoiada para que as autoridades tenham maior capacidade de chegar ao crime antes que ele aconteça”, enfatizou em entrevista.
Nas palavras de Caiado, o governo Lula propôs apresentar uma PEC quando viu a “incidência de queixas da população e a demanda para que os governos tomem medidas para combater a violência só aumentam”. “Em Goiás, o cidadão tem esse direito assegurado. No resto do País, há uma sociedade sequestrada pelas diferentes facções existentes”, arrematou.
