A juíza Isabela Rebouças Maia que se casou em cerimônia comunitária calunga, realizada em Cavalcante, na Chapada dos Veadeiros, no Entorno do Distrito Federal, diz que foi acolhida pela comunidade onde trabalha.
É minha primeira comarca, e escolhi Cavalcante por experiências pessoais e por meu envolvimento com a comunidade quilombola. Me apaixonei pelo projeto. Me sinto em casa”, disse.
O casamento da magistrada com o empresário Erik Leoni aconteceu na última quinta-feira (25), durante um evento que reuniu outros 45 casais, no primeiro casamento comunitário do Projeto Raízes Kalungas – Justiça e Cidadania, do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO).
a juíza contou que a decisão de participar do casamento coletivo surgiu de forma espontânea durante uma reunião na comarca do tribunal na cidade, onde ela trabalha há 6 meses.
Isabela e o marido estão juntos há cinco anos. Ela ficou noiva em 8 de novembro de 2024, poucos dias antes de tomar posse como juíza, no dia 28 do mesmo mês. Começou a trabalhar como diretora do Foro de Cavalcante, em Cavalcante, em março deste ano.
A região Calunga é o maior território quilombola do Brasil, com 262 mil hectares, abrangendo os municípios de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre. Cerca de 8.4 mil pessoas vivem na região, reconhecida como Patrimônio Cultural do Estado desde 1991. Em 2021, a ONU declarou o território como o primeiro Território e Area Conservada por Comunidades Indígenas e Locais (TICCA) do Brasil.