A Aclara Resources Inc. anunciou que o governo dos Estados Unidos, por meio da U.S. International Development Finance Corporation (DFC), aprovou até 5 milhões de dólares em financiamento para o desenvolvimento do Projeto Carina, localizado em Nova Roma (GO). O recurso será aplicado principalmente no estudo de viabilidade da iniciativa, que deve ser concluído no primeiro trimestre de 2026. Em julho deste ano, a empresa havia iniciado conversas com o governo americano para apoio financeiro no projeto.
O aporte poderá ser convertido em participação acionária na empresa caso a Aclara consiga captar, em até 12 meses, mais de US$ 50 milhões em uma única rodada ou US$ 75 milhões em múltiplas rodadas de financiamento voltadas à construção do projeto.
O CEO da Aclara, Ramón Barúa, afirmou que o investimento da DFC é um reconhecimento da estratégia adotada pela companhia. “Este investimento inicial não é apenas uma validação da estratégia da Aclara, mas também um passo importante rumo a um compromisso maior da DFC assim que concluirmos o estudo de viabilidade do Projeto Carina”, destacou. Ele lembrou que o estudo já está em andamento e deve ser finalizado no início de 2026.
Barúa também ressaltou o peso geopolítico da parceria.
“O investimento evidencia a importância estratégica das terras raras pesadas para os Estados Unidos e a necessidade crítica de garanti-las a partir de fontes sustentáveis e confiáveis”
Segundo ele, contar com a DFC como parceira ajuda a reduzir riscos no desenvolvimento do projeto no Brasil e fortalece a posição da Aclara como fornecedora de longo prazo para a cadeia de suprimentos ocidental.
O apoio da DFC ao Projeto Carina insere o Brasil em uma estratégia mais ampla dos Estados Unidos para reduzir sua dependência da China no fornecimento de terras raras. Atualmente, a China domina mais de 60% da produção global e cerca de 90% do refino desses elementos, essenciais para setores como defesa, energia renovável e tecnologia avançada. A escassez de capacidade de refino fora da Ásia tem levado países ocidentais a buscar alternativas confiáveis e ambientalmente responsáveis — e o Brasil, com suas reservas significativas, surge como um parceiro estratégico nesse reposicionamento global.
O estudo de viabilidade do Projeto Carina, conduzido pela empresa de engenharia Hatch Ltd., teve início em julho deste ano e dará continuidade ao pré-estudo programado para ser divulgado em setembro. A expectativa é de que o empreendimento entre em operação em 2028.
De acordo com a Aclara, a DFC terá prioridade para financiar ou atrair novos investimentos para a construção do projeto após a conclusão do estudo. O financiamento inicial não terá cobrança de juros e não exigirá garantias por parte da empresa.
Além da viabilidade econômica, o projeto também se destaca por seu alinhamento com critérios ESG, uma exigência crescente entre investidores internacionais. A Aclara incentiva uma cadeia de fornecimento que prioriza práticas sustentáveis e socialmente responsáveis, contrastando com os impactos ambientais frequentemente associados à mineração de terras raras em outras regiões.