Caçadores investigados pela Polícia Federal matavam búfalos na Chapada dos Veadeiros, em Goiás, e publicavam vídeos das caçadas nas redes sociais. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão contra seis pessoas por promover turismo de caça ilegal e apreendeu armas, celulares e mais de R$ 50 mil. Em uma das gravações obtidas com exclusividade pela TV Anhanguera, é possível ver um dos homens atirando duas vezes contra um animal
À defesa de Adilson Nagib, que é um dos caçadores identificados nos vídeos, informou que ficará comprovado que nenhuma infração penal foi cometida por ele. Até a última atualização desta reportagem, o g1 não conseguiu localizar as defesas dos investigados Victor Augusto, Leonardo Nascimento Machado, Guilherme Villela Costa e Cristiano Lopes Furtado.
Ao todo, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão em Goiás, no Paraná e no Distrito Federal contra seis alvos nesta terça-feira (28). Dentre as seis pessoas, quatro tinham registro de Certificado de Colecionador Atirador e Caçador (CAC), no entanto, a PF suspendeu estes registros por caça ilegal de búfalos.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) teve acesso aos vídeos publicados nas redes sociais e procurou a Polícia Federal para denunciar o crime. Segundo a PF, os investigados matavam búfalos e publicavam as imagens das caçadas na internet como uma forma de promover o chamado “turismo de caça”.
Superintendente Substituto do Ibama em Goiás, Werikson Trigueiro explicou que é preciso ter autorização para fazer abate de búfalos, já que a caçada destes animais é crime no Brasil.
“O búfalo não tem essa prerrogativa. Não existe legislação que autorize o abate do búfalo”, falou.
A Polícia Federal descobriu que em uma propriedade em Montes Claros de Goiás, na região oeste do estado, tinha até “aula” de como matar búfalos.
Investigação
O delegado da Polícia Federal Sandro Sandré confirmou que, por mais que estes homens tivessem registro de CAC, eles não tinham autorização para promover a caçada de búfalos no local.
“Eles não tinham licença ambiental para isso. Quando você transporta essas armas para o local da caça, que é ilícita, você também está promovendo o transporte ilícito das armas”, disse o delegado.
De acordo com a polícia, o grupo investigado pode responder pelos crimes de associação criminosa, porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, apologia ao crime e caça ilegal. O delegado da PF falou ainda que os vídeos demonstram a crueldade dos investigados.
“A pessoa mirava no búfalo que ele queria, mirava no coração e acertava. Se acertava, comemorava. Demonstra muita crueldade por parte dos suspeitos”, finalizou o investigador.
Fonte: G1