A gestão do prefeito Walter Mariano Messias de Souza, conhecido como Mariano Correntina (União Brasil), em Correntina, no oeste da Bahia, fechou contratos com três panificadoras locais para adquirir 110 mil pastéis, 50 mil bolos e 80 mil pães franceses, totalizando valores milionários. A população do município, que tem cerca de 32 mil habitantes, questiona a necessidade de tamanha quantidade de produtos para atender às secretarias e fundos municipais ao longo de 12 meses.
Uma moradora expressou indignação: “Uma cidade com 32 mil habitantes realizar compras como essas, só para atender as pastas municipais, mesmo sendo pelo período de 1 ano é um exagero”.
A Panificadora Pão Nosso LTDA, com capital social de R$ 100 mil, assinou contrato de R$ 849.500,00, com estimativa preliminar de R$ 1.532.000,00. Outra empresa, a Oliveira Comércio Filhos da Terra LTDA, também com capital social de R$ 100 mil, firmou contrato no mesmo valor, mas com estimativa de R$ 2.062.500,00. Já a Silenia Rodrigues Dimantino, com capital social de R$ 30 mil, celebrou contrato de R$ 849.500,00, também com estimativa de R$ 2.062.500,00. Os contratos visam o fornecimento de pães, bolos e lanches para atender demandas municipais por um ano.
Em fevereiro de 2025, o Ministério Público da Bahia (MPBA) ajuizou uma ação civil pública solicitando a suspensão do Carnaval no município até a regularização dos pagamentos dos servidores e o fim do estado de calamidade administrativa. O MPBA havia recomendado que a prefeitura evitasse gastos com a festa, incluindo contratações de artistas, serviços de buffet e montagem de estruturas. A administração municipal não apresentou os documentos solicitados sobre os processos licitatórios, descumprindo a orientação.
Resposta da prefeitura
Em nota, a Prefeitura de Correntina esclarece que as quantidades previstas nos editais são apenas estimativas baseadas em demandas anteriores e projeções, não representando obrigação de compra total. Por exemplo, embora a estimativa mensal de pães para agosto de 2025 fosse de 6.663 unidades, apenas 416 foram contratadas, equivalente a 6,24% do previsto. Para bolos, com estimativa de 4.166 unidades mensais, apenas 97 foram adquiridos, ou 2,32% do estimado. A prefeitura destaca que os preços foram pesquisados e estão em conformidade com o mercado, e que as contratações dependem da real necessidade e do orçamento disponível. O prefeito determinou a revisão dos quantitativos estimados.
Fonte: Brado Jornal
