A Polícia Civil investiga um caso de constrangimento após uma criança contar para a mãe que foi obrigada a beijar a boca de um colega na Escola Municipal Mirandolina Ribeiro Macedo, na cidade de Barreiras, no oeste da Bahia.
A mãe da menina contou para a polícia que os alunos foram submetidos a uma espécie de jogo com um dado, que determinava as atitudes que as crianças deveriam tomar em sala de aula a partir do que objeto determinasse.
“A cuidadora fez uma brincadeira com uma roda com crianças em volta da mesa da professora. E, nessa roda, tinha um dado. E, nesse dado, tinha frases que o que ela jogasse, elas teriam que fazer”, contou a mulher que preferiu não revelar a identidade.
“E, nesse dado, caiu que minha filha teria que morder um coleguinha. Ela acabou indo lá e mordeu os lábios do coleguinha”.
“A próxima foi que ela beijasse a boca do coleguinha. Ela foi lá, acabou beijando o coleguinha e acabou também mordendo o pé do coleguinha”, continuou a denúncia.
Na sala onde o episódio aconteceu estava, segundo a denunciante, além dos alunos, uma professora e uma cuidadora, que fica responsável por crianças portadoras de necessidades especiais.
“A questão é que ela tem um irmãozinho, né? Por afetividade. Chegou a cheirar o pescoço dela. Isso que deixou, mais ainda, a gente indignado. Porque a gente, né? Ensina um cuidar do outro. Então a gente ficou sem saber. No momento, a gente ficou sem reação”, desabafou a mãe da menina.
A família decidiu que vai pedir a transferência da filha para outra escola.
“Ela não vai mais estudar nessa escola. A gente vai tirar, transferir ela para outra escola”, contou a mulher.
Assim que a mãe soube do que tinha acontecido dentro da escola, com relatos da própria filha, até a escola para conversar com a diretora. Sem seguida, a mulher foi no Complexo Policial de Barreiras, onde registrou um Boletim de Ocorrência (BO).
O inquérito foi instaurado e as pessoas envolvidas na situação serão ouvidas pelo delegado Francisco Carlos de Sá. Ele conta que vai ser se basear no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), que determina punições quando crianças são submetidas a constrangimento em público, com um agravante das carícias consideradas como inadequadas.
“Eu tenho relatos de que essa criança foi obrigada a beijar um outro aluno, obrigada a beijar e também a morder os pés, então olha que constrangimento? Que vexame? Então isso será rigorosamente apurado”, disse o delegado.
Em nota, a Secretaria de Educação do Município informou que assim que tomou conhecimento da situação demitiu a cuidadora. A professora vai passar por um processo administrativo.
A secretaria também informou que vai cooperar com a polícia para que o caso seja esclarecido e que as medidas cabíveis sejam tomadas.
Fonte: G1