Os municípios de Monte Alegre de Goiás e Nova Roma, no nordeste goiano, estão entre as áreas requeridas pela empresa 3D Minerals, investigada pela Agência Nacional de Mineração (ANM), e que podem conter jazidas de terras raras. A informação foi confirmada pelo presidente do Sindicato da Indústria da Mineração do Estado de Goiás e Distrito Federal (SindiMinde), Luiz Antônio Vessani, em entrevista.
Segundo Vessani, as 27 áreas arrematadas pela companhia no Estado apresentam indícios de ocorrência de terras raras, grupo de 17 elementos químicos fundamentais para setores estratégicos como telecomunicações, energia renovável e defesa. Em Goiás, Monte Alegre de Goiás aparece com três áreas em destaque, enquanto Nova Roma também surge como município de interesse nos registros da ANM.
Os números revelam a dimensão do investimento: juntas, as áreas do estado somam 39,3 mil hectares e um valor superior a R$ 3,4 milhões em arremates. Em Monte Alegre, constam registros de pesquisa para ouro, quartzito e fosfato, enquanto em Nova Roma aparece uma área de quase 1.800 hectares destinada à prospecção de ouro.
Apesar da expectativa em torno das terras raras, Vessani pondera que a descoberta de uma jazida comercialmente viável leva tempo e exige investimentos de longo prazo. “Estamos falando de até dez anos só em pesquisa, sem retorno imediato. O que existe hoje é apenas a fase preliminar, de sondagem e análise geoquímica. Muitas áreas podem não dar resultado”, afirmou.
O dirigente destacou ainda o peso geopolítico das terras raras, dominadas atualmente pela China, que concentra a produção global. “A China trata seus recursos como patrimônio nacional e os utiliza de forma estratégica. O Brasil precisa seguir esse caminho, olhando para suas riquezas minerais com responsabilidade e visão de futuro”, completou.
Com Monte Alegre e Nova Roma incluídas nesse mapa, cresce a atenção sobre o nordeste goiano como área de potencial estratégico para a mineração, embora especialistas alertem que ainda é cedo para falar em exploração comercial.