Durante coletiva de imprensa concedida pelo prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota), na despedida do cargo, nesta quinta-feira (31), ele disse que teria recebido informações de que, no dia em que deixasse a Prefeitura, poderia ser alvo de operações policiais. Pré-candidato ao governo de Goiás, Mendanha alega que pode sofrer perseguições agora que vai ficar sem mandato.
Ele disse que vai entrar em contato com o Ministério Público de Goiás (MP-GO) para se colocar à disposição caso surja alguma dúvida em relação ao seu trabalho. “Eu sei que, em um processo como esse (eleitoral), poderão querer utilizar as instituições. Eu acredito muito no judiciário goiano, acredito no trabalho da Polícia Civil, no Ministério Público e espero que não venham a utilizar politicamente a essas instituições contra alguém que coloca o nome como pré-candidato a governador.”
Mendanha ainda defendeu suas ações durante o tempo em que foi prefeito de Aparecida. “Durante esses 13 anos servindo a cidade de Aparecida como vereador e prefeito, sempre tive as minhas ações pautadas na legalidade, por tudo aquilo que a Constituição Federal prima.”
O recado de Mendanha é uma indireta ao governador Ronaldo Caiado (UB), de quem é adversário e com quem vai disputar a eleição deste ano. Em 2020, dias antes da eleição em Aparecida de Goiânia, em que Caiado apoiava a candidata adversária de Mendanha, a Prefeitura foi alvo de uma operação da Polícia Civil, que investigava suposto superfaturamento em contratos da Saúde.
Na época, a ação foi lida por aliados de Mendanha como uma atitude política com influência do Palácio das Esmeraldas.
Em nota, o secretário estadual de Segurança Pública, Rodney Miranda, diz que Mendanha tenta criar “factoide eleitoral”, ao falar em perseguição por possíveis operações policiais que o tenham como alvo.
“O pré-candidato Gustavo Mendanha lança ilações de forma irresponsável e desrespeitosa, mostrando o baixo nível do debate que ele se propõe a promover. Quem determina prisão não é governo, é o Poder Judiciário, que deve ser respeitado na sua integridade”, escreve Rodney.
O titular ainda segue afirmando que Mendanha demonstra “desconsideração com instituições como o Ministério Público e a Polícia Civil do Estado de Goiás”.
Ele continua: “É no mínimo estranho que um gestor público tenha de apelar para esse tipo de expediente ao deixar, antecipadamente, o cargo para o qual foi eleito. Se Gustavo Mendanha está com a consciência pesada por algo errado que porventura tenha cometido, esta é uma questão dele com a polícia e com a Justiça, não com o governo.”
Fonte: O Popular