Acusado de assassinar a ex-namorada Daíra dos Santos Rodrigues, 22 anos, Ian de Jesus Oliveira, 26, acabou capturado, na segunda-feira (26/8), em uma operação conjunta entre as polícias civis do Distrito Federal e de Goiás. A jovem morreu ao ser esfaqueada dentro do quarto de casa, no Condomínio Del Lago, no Itapoã.
Na manhã do crime, Ian havia saído de uma festa e seguiu até a casa da vítima. Antes de invadir o apartamento, o acusado ficou na porta por alguns minutos, segundo testemunhou um vizinho da vítima. Em seguida, Ian subiu ao apartamento, arrombou a porta, entrou no quarto da ex e a trancou. A mãe de Daíra estava no imóvel no momento do ocorrido e, assustada, começou a gritar por socorro. “Quando ela mexe na porta, ela vê que está trancada e se desespera. O vizinho que estava embaixo do prédio sobe, consegue entrar no quarto e dá um mata-leão no autor”, detalhou a delegada Íris Helena Rosa, chefe da 6ª Delegacia de Polícia (Paranoá).
Daíra estava ao chão e com várias marcas de perfuração de faca. As investigações apontam para a suspeita de que a jovem dormia no momento em que foi surpreendida pelo autor. Ian conseguiu se desvencilhar, saiu correndo do apartamento e fugiu pulando um muro. Daíra foi levada às pressas ao Hospital Regional do Paranoá, mas morreu logo depois.
Perfil violento
Desde o começo do namoro entre Daíra e Ian, familiares e amigos e até mesmo a vítima notaram traços de violência no comportamento do acusado. As brigas entre o casal eram marcadas por agressões físicas e psicológicas, mascaradas com juras de amor e declarações. Em mensagens trocadas pelos dois e analisadas pela polícia, Ian apresentava um comportamento instável. Em alguns textos, dizia que amava a vítima. Em outros, a ameaçava e a xingava.
Mesmo separados, o casal mantinha as conversas, mas Daíra havia tomado a decisão de se separar. “No final de maio, ela registrou um boletim de ocorrência, mas não pediu a medida protetiva. Em 3 de agosto, voltou à delegacia e denunciou o autor por injúria e lesão corporal, solicitou a medida, mas por questões de endereço, eles não foram notificados”, afirmou a delegada.
Depois de cometer o feminicídio, Ian acionou um transporte por aplicativo e seguiu para Formosa (GO), onde ficou em um pequeno hotel. Em diligências, a polícia do DF conseguiu descobrir o paradeiro do assassino e trocou informações com os policiais civis do Estado de Goiás que conseguiram prendê-lo.
Na delegacia, confessou o crime e tentou justificar dizendo que a vítima era violenta. Versão essa derrubada pelos investigadores. Ian vai responder por homicídio triplamente qualificado.