A devastação atingiu quase dez mil hectares de Cerrado no nordeste goiano, uma área maior que a cidade de Vitória, no Espírito Santo.
“As marcas no solo dos pneus dos tratores, demonstrando que foi bem recente”, diz o agente do Ibama.
O estrago foi grande e o que mais impressionou os fiscais é que essa destruição estava acontecendo dentro de uma área de reserva legal, ou seja, deveria estar totalmente protegida.
O flagrante foi na Área de Preservação Ambiental das Nascentes do Rio Vermelho, que abrange quatro municípios do nordeste de Goiás; Mambaí, Damianópolis, Buritinópolis e Posse.
Em algumas fazendas dentro da área de proteção, os fiscais encontraram máquinas ainda em campo, devastando a mata nativa. Quatro tratores foram apreendidos durante a operação. Entre as árvores derrubadas estão pés de pequi, ipês e aroeiras, típicas do Cerrado.
“Ela é parte da propriedade que tem de ficar pra proteção. Refúgio de fauna, pra refúgio de biodiversidade, corredor pra animais silvestres, pra manutenção espécies vegetais. O proprietário não pode fazer exploração”, explica a agente ambiental do Ibama Jesse Rosa.
Nesta outra faixa de terras, a fiscalização encontrou madeira cortada e fileiras de troncos e galhos queimados. A suspeita é que, mesmo sem autorização, a área estava sendo transformada em pasto.
“O processo de supressão de vegetação tem etapas. Promove a queima. Promove a derrubada com maquinário, correntão. Aqui no terceiro momento que é juntar e colocar fogo e colocar a quarta etapa pra colocar calcário e sementes pro gado entrar”, fala o agente ambiental do Ibama Éder Porfírio.
As operações do Ibama são pra tentar frear esta destruição.
“O cerrado é uma área que deve ser preservada. Assim como a Mata Atlântica, Amazônica, o Cerrado tem importância fundamental para a nossa sociedade e recarga das águas”, declara Nélson Galvão, superintendente do Ibama.
Ninguém foi preso. O Ibama autuou os donos das fazendas em R$ 6 milhões.
Fonte: Jornal Nacional