Um incêndio destruiu as habitações e a plantação do Assentamento Popular Dom Tomás Balduíno do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Formosa (GO), na tarde da última segunda-feira (12).
Ninguém ficou ferido, mas todas as barracas foram destruídas, com a armação de madeira destruídas. Mesmo as que não foram totalmente queimadas tiveram os plásticos danificados pelo calor das chamas, que não foi controlado facilmente.
A maioria das 62 famílias perderam tudo no incêndio do assentamento do MST. As plantações e parte da mata nativa foram queimadas, assim como todas as mangueiras de distribuição. O assentamento tem nove crianças e onze idosos e está sem comida e sem água.
Ainda não se sabe as causas do fogo, tampouco se resultou de ato criminoso. Segundo as famílias que residem no local, o fogo veio da fazenda vizinha, formada em área de preservação do Cerrado. E rapidamente se alastrou pelo assentamento, causando destruição.
Incêndio pode ter sido criminoso
Para o MST, incêndios como o que destruiu o assentamento Dom Tomás Balduíno estão relacionados aos ataques ao Cerrado, à sua fauna e flora e aos povos tradicionais, que dependem do bioma para manter seu modo de vida. Ataques esses que têm como avalista o governo de Jair Bolsonaro (PL), aliado dos ruralistas, que não colocou em prática o Código Florestal brasileiro e cortou R$ 35 milhões do orçamento do Ministério do Meio Ambiente para 2022.
Como ainda lembra o movimento, o atual governo flexibilizou as normas ambientais, incentivou o avanço da agropecuária e a violência contra as comunidades tradicionais. O resultado está em estudos do Mapbiomas: o setor agropecuário é responsável por 98,8% do desmatamento no Cerrado no período entre 1995 e 2020. O bioma concentra 30% de toda área desmatada no Brasil. Só em 2021, perdeu 8,5 mil quilômetros quadrados de vegetação nativa, segundo o Inpe.
Os assentados precisam de ajuda urgente
As famílias do Assentamento Popular Dom Tomás Balduíno necessitam de lonas, mangueiras, água e utensílios domésticos básicos, entre outros itens de emergência. O assentamento fica na área 2 da Fazenda Cangalha, em Formosa, próximo a Brasília.
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Mais informações com Elizete Silva Brito
Contato: (62)981225883