O volante Fernando Neto, natural de São Domingos, no nordeste goiano, do São Bernardo FC, foi condenado ontem, pela 4ª Comissão Disciplinar do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), a 380 dias de suspensão e ao pagamento de multa de R$ 15 mil por participar de esquema de manipulação de resultados de jogos de futebol. Outros dois atletas foram banidos e um foi absolvido.
Fernando Neto receberia R$ 500 mil pela expulsão – R$ 40 mil adiantados –, mas não conseguiu tomar o cartão vermelho. Por mensagem de WhatsApp, o volante justificou-se ao apostador, dizendo que fez diversas ofensas ao árbitro da partida e cometeu várias faltas, mas não foi advertido.
Gabriel Tota, ex-Juventude, e Matheus Gomes, ex-Sergipe, foram os que receberam o gancho mais pesado. Os dois foram banidos do futebol. Tota ainda recebeu multa de R$ 30 mil e Gomes, de R$ 10 mil. O lateral-esquerdo Igor Cariús, do Sport-PE, foi o único absolvido pela Corte.
Eduardo Bauermann se aliviou ao final do julgamento. O zagueiro do Santos, afastado do clube há quase um mês, foi suspenso por 12 partidas. A pena não foi maior porque os auditores consideraram que ele não cumpriu o acordo com os apostadores e devolveu o dinheiro que recebeu para a fraude, e mudou o enquadramento dos atos do jogador.
O lateral-esquerdo Igor Cariús, atleta do Sport, foi o único absolvido pelos auditores, que entenderam não ter havido comprovada atuação do atleta no esquema de manipulação de partidas. Seu nome aparece em conversas anexadas no inquérito do MP de Goiás.
Fernando Neto, assim como Moraes e Tota, fez uma espécie de confissão de culpa ao admitir que erraram no esquema de apostas investigado pelo Ministério Público de Goiás desde o fim do ano passado e com duas fases da operações deflagradas no início deste ano.
Os depoimentos dos atletas foram dados em sigilo, atendendo ao pedido dos advogados dos jogadores. A imprensa não pôde entrar no auditório, mas parte do julgamento foi transmitido on-line pelo site do tribunal. Cabe recurso à decisão de quinta-feira (01), dada em primeira instância.
Fonte: Diário do Grande ABC