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Mente sã, vida longa: Hospital Estadual de Formosa-GO tem olhar voltado para saúde mental dos idosos

Segundo dados do Ministério da Saúde, a depressão é um problema de saúde mental que afeta milhões de brasileiros. Estima-se que cerca de 5,8% da população brasileira, ou aproximadamente 12 milhões de pessoas, sofrem de depressão. Esse número coloca o Brasil como o País com a maior prevalência de casos na América Latina.

Considerando esse dado, a humanização é um diferencial no atendimento de idosos em situação de adoecimento mental no Hospital Estadual de Formosa (HEF), uma das unidades do Governo de Goiás no Entorno do Distrito Federal.

É de extrema importância discutir abertamente sobre saúde mental em todas as faixas etárias, incluindo os idosos, pois a depressão entre pessoas desse grupo é um problema significativo, que merece atenção e ações efetivas. A conscientização, educação e apoio podem ajudar a melhorar a qualidade de vida dos idosos e reduzir o impacto da doença em suas vidas. Também é crucial que familiares, amigos e a comunidade estejam atentos aos sinais de sofrimento mental e ofereçam apoio às pessoas que estão passando por momentos difíceis. 
 
Tema negligenciado
A depressão em idosos é um tema muitas vezes negligenciado, apesar de sua prevalência e impacto significativos na qualidade de vida desses indivíduos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que a depressão afeta cerca de 7% da população idosa em todo o mundo. No entanto, esse número pode ser subestimado, devido à estigmatização em torno da saúde mental e à falta de diagnóstico adequado.

Vários fatores podem contribuir para o adoecimento mental dos idosos, incluindo o isolamento social, doenças crônicas, perda de entes queridos e mudanças significativas na vida, como a aposentadoria. Além disso, o estigma associado a esse quadro muitas vezes impede que os idosos busquem ajuda.

Nesse grupo, a depressão normalmente está associada a uma série de consequências negativas, incluindo aumento do risco de doenças cardiovasculares, comprometimento cognitivo e até mesmo maior taxa de suicídio. Além disso, afeta a qualidade de vida, tornando as atividades diárias mais desafiadoras e diminuindo a capacidade de desfrutar de momentos simples.

Atendimento humanizado
Considerando esse cenário, em que a condição de saúde mental afeta não apenas o bem-estar emocional, mas também o físico e social dos idosos, a humanização no atendimento desempenha um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida e no tratamento eficaz dessa população vulnerável.

“A transição de uma vida com autonomia para uma vida que depende do cuidado e assistência do outro, naturalmente já traz um desgaste emocional para o idoso. Muitos deles, infelizmente, não têm o cuidado devido”, alerta Hellen Santana, enfermeira do pronto-socorro (PS) do hospital.

A humanização no atendimento permite a construção de vínculos emocionais positivos, o que pode aumentar a adesão ao tratamento e melhorar os resultados. Segundo Jussara Vieira, também enfermeira do PS, o principal trabalho, muitas vezes, é acolher o paciente idoso e estabelecer uma conexão com ele.

“Na maioria das vezes, é exatamente isso que ele precisa. Escutar, dar atenção, chamar pelo nome, são coisas simples, mas que fazem diferença para o paciente. Já houve casos em que recebemos pacientes com relato de que não estavam se alimentando e após o atendimento e acolhimento, acabavam cedendo e aceitavam se alimentar. O nosso desafio é esse: manter um olhar humanizado do paciente, enxergando mais do que uma comorbidade, mas vendo a pessoa como um todo”, ressalta a enfermeira.

Preparação da equipe
Lidar com idosos sensibilizados emocionalmente ou que sofrem de depressão envolve uma preparação da equipe, o que inclui estar pronto para acolher de maneira humanizada, a sensibilização para o estigma, o desenvolvimento de habilidades de comunicação empática e a compreensão das particularidades do envelhecimento.

“A equipe do pronto-socorro está muito bem orientada e capacitada para fazer esse primeiro acolhimento e identificar essa fragilidade nos idosos. Na sequência, ele é direcionado para o cuidado psicossocial, onde poderá receber o tratamento especializado e a devida assistência. Trabalhamos assim, como uma só equipe, pois nosso objetivo é o bem-estar do paciente”, explica Mayara Rocha, enfermeira coordenadora do PS.

Nesse contexto, as equipes de saúde desempenham um papel vital ao adotar abordagens humanizadas para acolher e auxiliar os idosos. Ao combinar conhecimento técnico com empatia, respeito e compreensão das necessidades individuais, essas equipes não apenas tratam as condições de saúde mental, mas também proporcionam conforto e esperança, permitindo que os idosos enfrentem seus desafios com dignidade e qualidade de vida.

A abordagem humanizada, como a praticada no HEF, é um farol de esperança para aqueles que enfrentam o adoecimento mental, iluminando o caminho para uma sociedade mais compreensiva e solidária.

Fernanda Bueno (texto e foto)/Imed

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