A bióloga e guia de ecoturismo Fernanda Souza, de 37 anos, encarou pela segunda vez o desafio de sair da sua zona de conforto no cerrado goiano para participar da primeira temporada do programa “Largados e Pelados – A Tribo”.
Nanda, como prefere ser chamada, já participou de uma temporada do programa no Brasil. Dessa vez, ela foi deixada sem roupa, equipamentos, comida ou água no meio da savana africana, próxima ao Parque Nacional Kruger.
“De dia, a sensação térmica chegava a 50 °C e, à noite, era 4 °C. Caminhamos para buscar tartaruga, coxa de ave. É surreal. Posso ter 90 ou 100 anos e nunca vou viver nada mais difícil na minha vida”, narrou
A participante contou que cresceu em uma fazenda. Há 12 anos, Nanda trocou definitivamente a vida na cidade grande pela rotina em Alto Paraíso de Goiás, no coração da Chapada dos Veadeiros, no noroeste do estado.
Experiências que, segundo ela, associadas à sua descendência indígena, contribuíram para sua conexão com a natureza e seu desempenho no programa.
“Fiquei sete anos trabalhando em comunidades indígenas. Toda a minha bagagem de vida veio junto com a natureza”, disse.
Para lidar com os desafios na savana, Nanda aprendeu técnicas de sobrevivência, como montar abrigos, fazer fogo e fabricar itens de caça. A bióloga afirmou ainda que manter o psicológico firme é um dos aspectos mais importantes para a sobrevivência.
“A relação humana pode te desestruturar. Quando você convive com outra pessoa, aquilo pode te desgastar”, relatou.
A falta de biodiversidade, os poucos pontos de água e a variação de temperatura também dificultaram a sobrevivência do grupo. A bióloga contou que chegou a passar 15 dias sem comer, já que a principal fonte de alimentação do grupo vinha de um lago infestado de crocodilos.
Após enfrentar o desafio, Nanda afirmou que a experiência traz consciência sobre os privilégios de viver no mundo moderno.
A dinâmica dessa edição do programa foi diferente das anteriores, de acordo com a bióloga. Antes, os candidatos formavam duplas. Dessa vez, os participantes foram colocados em um grande grupo. Os selecionados já tinham participado do programa e superado seus desafios em outras edições.
De acordo com Luciana Soligo, gerente de conteúdo de não ficção da Warner Bros. Discovery (WBD), para realizar o programa é necessária uma equipe de pelo menos 100 pessoas, que acompanham os participantes durante todo o dia.
Dez médicos integram a equipe e permanecem atentos para garantir a saúde dos integrantes. Para assegurar a segurança deles sem comprometer a autenticidade do programa, os médicos só podem intervir em caso de risco de morte.
A organização do evento afirmou que os participantes vencedores do desafio não recebem recompensa em dinheiro, apenas o orgulho de terem dado o máximo de si.
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Fonte: G1