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Pacientes com doenças virais lotam postos de saúde

Em meio a uma pandemia de Covid-19 que se aproxima de dois anos, há ainda aumento de casos de H3N2, de dengue e chicungunha. Com quadros que podem se agravar de formas distintas, a orientação das secretarias de saúde, seja do Estado ou dos municípios, é procurar atendimento médico para qualquer sinal identificado das doenças. Em Goiás, 61 casos de H3N2 já estão confirmados; os casos de dengue ultrapassam 46 mil e há 331 confirmações de chicungunha. Os casos de Covid-19 no estado superam os 24 mil, mas nas últimas 24 horas não foram confirmados novos óbitos pela doença.

Em todo o estado já foram confirmados 61 casos de H3N2 desde a segunda quinzena de novembro. O que ainda não se sabe é se o vírus é uma nova variante, já confirmada no Rio de Janeiro, por exemplo. Os casos de Goiás estão em análise no Instituto Adolf Lutz, em São Paulo, para sequenciamento.

“Os pacientes não conseguem diferenciar em casa o que é gripe do que é Covid-19. A orientação, então, é procurar atendimento médico, com atenção especial para os grupos de risco. Para as crianças, por exemplo, a Influenza pode ser mais grave do que a Covid-19 tem se mostrado. Nos casos de gripe, entretanto, já conhecemos melhor o comportamento do vírus e sabemos em quais casos precisamos estar mais atentos”, explica a superintendente de vigilância em saúde da Secretaria de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO), Flúvia Amorim.

Flúvia afirma que não há falta de testes de Covid-19 nos municípios e que esta deve ser a primeira doença a ser descartada antes de pensar em Influenza. Nem todas as unidades de saúde testam para H3N2, apenas as chamadas unidades sentinela, ou em casos de pacientes graves que sejam hospitalizados. “A gripe sempre é esperada, o que acontece é que este ano antecipamos os casos que viriam no outono e chegaram no verão”, completa. Atualmente, apenas Rio Verde possui o que é considerado surto. Para Covid-19, o período de isolamento indicado continua de 14 dias enquanto da Influenza é de 7 dias a partir do início dos sintomas. As demais orientações são as mesmas: máscara, distanciamento e cuidados com higiene.

Em Aparecida de Goiânia, na região metropolitana da capital, a procura por atendimento médico aumentou em 35% nas últimas semanas. Na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Buriti, onde a média de atendimentos em 24 horas é de 50 a 400 pessoas, neste domingo (26) foram registrados 700 pacientes, conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade. No total, segundo a pasta, o município atendeu 4 mil pessoas em unidades de pronto atendimento (UPAs) e básicas de saúde (UBSs) apenas no último domingo em um plantão de 24 horas.

Superintendente de Atenção à Saúde de Aparecida de Goiânia, Gustavo Assunção explica que as equipes de médicos e enfermeiros estão atuando com capacidade máxima e diz que os pacientes que buscam atendimento não são apenas do município, mas da região metropolitana. “Estamos com retaguarda ambulatorial com testagem de Covid-19 e hemograma para saber se é dengue”. Ainda não há, segundo Assunção, aumento de internações por gripe. “Apesar disso, a orientação é de que com qualquer sintoma gripal, procure uma unidade de saúde”.

Ainda nesta semana, a SMS de Aparecida de Goiânia irá realizar um reordenamento nas UPAs e UBSs. O objetivo é que os atendimentos de sintomas mais leves sejam feitos nas UBSs e que as UPAs cuidem de pacientes mais graves.

Chão

Nesta segunda-feira (27), moradores de Aparecida de Goiânia que procuraram a Unidade de Pronto Atendimento (Upa) do Jardim Buriti Sereno encontraram filas e demora no atendimento. À reportagem, uma idosa relatou que havia chegado ao local às 12 horas com sintomas gripais e, até as 16 horas, ainda não havia sido atendida. “Tem três dias que não como e não durmo, só tossindo”, desabafa. A reportagem observou pessoas deitadas no chão da unidade.

Em nota, a SMS de Aparecida reafirmou que nos últimos dias “houve aumento da demanda por atendimentos em decorrência de diversos casos suspeitos de dengue”. A nota diz, ainda, que “esse tipo de atendimento exige mais tempo de permanência do paciente na unidade, já que geralmente é necessário realizar exames e hidratação”.

Além disso, a pasta disse que a escala médica de todas as unidades de urgência do município estava completa nesta segunda. Na UPA do Jardim Buriti Sereno, segundo a secretaria, havia nove médicos trabalhando. Nas demais unidades, outros 29 profissionais.

A SMS destacou que os atendimentos ocorrem de acordo com a prioridade clínica e que as unidades de saúde da cidade têm uma média de 600 atendimentos diários, sendo que “cerca de 35% desse número, inclusive, é de pacientes de outros municípios, haja vista que as unidades de urgência da região metropolitana funcionam, em média, com quatro médicos e sem recursos de exames e raio-X.”

Capital

Em Goiânia, segundo a SMS, já são 17 casos confirmados de H3N2, mas apenas uma pessoa foi internada. “A orientação é buscar atendimento em caso de sintomas de gripe, como febre, tosse, dor de garganta, coriza e mal-estar”, afirmou a pasta, em nota. Também há recomendação de que quem ainda não se vacinou contra Influenza procure um posto de saúde. Ainda não é possível afirmar que é uma nova cepa da H3N2, chamada Darwin. A vacina disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) combate todas as demais variantes que circulavam até o momento.

Na capital, a cobertura vacinal contra gripe alcançou 72,9% com mais de 534 mil pessoas imunizadas. As doses estão disponíveis para maiores de 6 meses. Para se vacinar é preciso não ter sintomas gripais há pelo menos três dias. Pela manhã, a reportagem constatou filas e demora no atendimento nos Cais do Jardim Novo Mundo e Leste Vila Nova.

Família inteira ficou gripada em uma semana

Marlene Rodrigues, de 38 anos é assistente administrativa e mora em Bela Vista de Goiás. Há 10 dias, o marido, que é motorista de ônibus interestadual, voltou de duas viagens de Belém e São Paulo, com sintomas gripais. Há uma semana, o filho do casal, João Miguel, de 3 anos e nove meses, também adoeceu e começou a apresentar febre e coriza. Nesta segunda-feira (27), já preparados para buscar atendimento em Goiânia para a criança pelo plano de saúde, a mãe também acordou sintomática.

A família buscou o Pronto Socorro Infantil, localizado na Avenida Tocantins, no Setor Aeroporto, referência na capital. Ainda assim, diz que pela manhã, a previsão de espera na unidade era de 1h30 a 2 horas para atendimento. Marlene conta que pegou Covid-19 em agosto de 2020 e que mesmo depois de recuperada, se sente mais vulnerável a resfriados. “Percebi que meu organismo está muito mais sensível a resfriados. Estou com coriza e indisposição. Meu marido cancelou a viagem que faria hoje e depois do nosso filho vamos tentar atendimento para a gente”, diz.

Com a vacinação em dia para Covid e Influenza, ela afirma que, mesmo tomando os remédios mais comuns para sintomas de gripe, o marido não apresentou melhoras.

Fonte: O Popular

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