A Polícia Civil prendeu um trabalhador rural de 47 anos suspeito de estuprar a enteada de 12 anos em Alto Paraíso de Goiás, no nordeste do estado. Segundo a corporação, as investigações começaram há cerca de 20 dias, quando a menina contou à diretora da escola em que estuda que estava sendo vítima do padrasto.
O homem foi preso na quarta-feira (18) e, segundo a delegada Bárbara Buttini, negou ter cometido qualquer abuso sexual contra a adolescente.
“Ele disse que tinha muito ciúmes dela sim, mas que a via como uma filha. Que ele a abraçava e passava a mão nos cabelos dela, mas que era apenas este o contato físico que tinham”, contou.
O nome do padrasto não foi divulgado, por isso a reportagem não conseguiu descobrir quem representa a defesa dele para pedir uma posição sobre o caso.
As investigações apontaram que a menina foi vítima dos crimes por cerca de dois anos, desde quando se mudou para a casa em que a mãe morava com o padrasto.
“A mãe se casou com ele [suspeito] há cerca de oito anos e a menina foi morar com a avó e com as tias. Há uns dois anos ela foi morar com a mãe e o padrasto, que foi quando os abusos começaram. Inicialmente teriam começado de forma leve e depois se intensificaram”, explicou a delegada.
Ainda de acordo com ela, a menina contou para a mãe o que estava acontecendo, mas a reação dela foi buscar ajuda espiritual.
“Ela disse que a mãe levava ela e o padrasto a um líder espiritual, que fazia um trabalho. Os abusos paravam por alguns dias e depois voltavam a acontecer”, contou Buttini.
A delegada também apurou que a mãe evitava que a filha tivesse contato com outros parentes. A principal suspeita é que ela tinha medo de que a adolescente contasse sobre o abusos a esses familiares.
No início de maio, a menina conseguiu denunciar os abusos à diretora da escola, que acionou o Conselho Tutelar e a Polícia Civil.
“A vítima foi ouvida por mim e por uma psicóloga, que constatou que os relatos dela eram muito consistentes. Ela também passou por exames físicos, tudo isso sem o conhecimento da mãe, para que não houvesse risco de ela atrapalhar as investigações”, contou a delegada.
Também de acordo com Buttini, desde a constatação dos abusos, a vítima passou a morar com a tia para ficar em um ambiente protegido.
Por causa do comportamento da mãe, a Polícia Civil está investigando se ela deve ser responsabilizada por omissão – não ter protegido a filha dos abusos do padrasto.
Fonte: G1