InícioNotíciasParque Nacional da Chapada dos Veadeiros perde 87% da superfície de água...

Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros perde 87% da superfície de água em cerca de 40 anos, segundo estudo

Um estudo feito pelo projeto MapBiomas aponta que o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros perdeu 87% da superfície de água nos últimos 37 anos, em Alto Paraíso de Goiás. Desmatamentos para a formação de áreas de agricultura e pecuária estão entre as causas apontadas.

O monitoramento é feito desde 1985, quando foi registrada uma área de 266 hectares cobertos de água. Desde então, o número vem diminuindo, até chegar a apenas 36 hectares em 2022. O pior índice foi em 2021, quando foram registrados seis hectares de superfície de água.

Segundo o pesquisador Dhemerson Conciani, com o aumento na área de agricultura e pecuária, há um maior acúmulo de terra nas áreas de rio. “É justamente isso que a gente percebe na Chapada dos Veadeiros, o aumento no número de bancos de areia, o que está diminuindo a vazão do principal rio, que é o Rio das Pedras”, explicou.

A situação se mostrou mais grave entre 2013 e 2021, quando foram registrados os piores índices de superfície de água. “Há uma tendência da perda de superfície de água e da vegetação nativa por conta do avanço da agricultura e pecuária. A situação é crítica e, se continuar teremos alteração no ciclo hidrológico natural, com menos chuvas, tempo mais quente e seco”, disse Júlia Shimbo, pesquisadora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia e coordenadora científica do MapBiomas.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e com a empresa que administra o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros para saber se também fazem um monitoramento da superfície de água e se há algum projeto para reverter o quadro apresentado no estudo, mas não teve retorno até a última atualização dessa reportagem.

“Nunca é tarde para aprender com os erros do passado. É essencial que a gente aprimore as nossas políticas de ordenamento territorial, principalmente em regiões mais sensíveis. A ampliação da fiscalização e do monitoramento junto com leis que ordenem esse território são essenciais”, completou Conciani.

Cerrado

Considerando as três últimas décadas, seis das nove bacias hidrográficas do Cerrado perderam água. As áreas protegidas diminuíram em 66% das regiões hidrográficas.

Fonte: G1

POSTAGENS RELACIONADAS
- PUBLICIDADE -
- PUBLICIDADE -

MAIS LIDAS DA SEMANA