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Polícia Federal investiga desvio de R$ 120 milhões na Prefeitura de Cidade Ocidental-GO

A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (18/12) a segunda fase da Operação Ypervoli, que investiga um esquema de corrupção e desvio de recursos envolvendo empresas e servidores públicos na Prefeitura de Cidade Ocidental, município de Goiás localizado no Entorno do Distrito Federal. Segundo a PF, os valores desviados ultrapassam R$ 120 milhões, o que representa mais de um terço do orçamento previsto para a cidade em 2024, estimado em R$ 350 milhões.

De acordo com as investigações, viagens internacionais, festas luxuosas e até a aquisição de uma casa de R$ 1,65 milhão teriam sido financiadas com o dinheiro público desviado. Nesta fase, 16 mandados de busca e apreensão são cumpridos em Goiás e no Distrito Federal, com ordens expedidas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Primeira fase

A Polícia Federal informou que a primeira fase da operação, realizada em setembro deste ano, identificou indícios de pagamento de propinas a servidores públicos, sobretudo em contratos relacionados a obras na saúde e na educação. A partir da análise do material recolhido, surgiram provas de que o esquema se estendia a outros setores, como transporte escolar e aluguel de veículos.

Um exemplo citado pela Controladoria-Geral da União (CGU) é o contrato de uma empresa de transporte escolar, assinado em 2017 e renovado nos anos seguintes, que recebeu R$ 117 milhões ao longo do período. Apesar dos valores vultosos, a empresa opera em uma sede considerada fachada, e mais de R$ 63 milhões dos recursos pagos teriam sido superfaturados.

Um servidor municipal suspeito, cuja renda declarada é de aproximadamente R$ 10 mil mensais, teve suas viagens a destinos como Dubai, Madri, Nova Iorque e Fernando de Noronha detalhadas pelos investigadores. Além disso, também segundo a polícia, o mesmo servidor teria exibido nas redes sociais o alto padrão de vida proporcionado pelo esquema, incluindo uma festa de casamento que teria sido bancada por empresas envolvidas na corrupção.

As investigações continuam em andamento, e os nomes dos suspeitos não foram informados. A reportagem tentou contato por telefone com a prefeitura do município, mas sem sucesso. O espaço está aberto. 

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