InícioNotíciasPolicial reforça versão de que cobrava dívida em Alto Paraíso de Goiás

Policial reforça versão de que cobrava dívida em Alto Paraíso de Goiás

O policial civil Reges Alan Alves dos Santos, de 32 anos, reforçou em depoimento na Gerência de Correições e Disciplina da Polícia Civil de Goiás a versão de que teria ido para Alto Paraíso de Goiás com mais dois agentes no sábado (5) para cobrar do empresário mineiro Renan Batista Silva, de 32, uma dívida que este teria com um credor por causa de supostos investimentos feitos em uma empresa de Renan em 2017.

A oitiva de Reges, ocorrida ainda no domingo (6), é similar à do agente William Ribeiro da Silva, de 40 anos, que foi preso na noite de sábado, horas após o empresário ter denunciado que foi rendido e agredido por policiais civis que lhe roubaram R$ 990 mil em criptomoedas.

Renan estava com dois amigos na região da Chapada dos Veadeiros para investir na abertura de uma pousada. O outro policial que acompanhava a dupla era Antonnio Henrique Afonso Alves, de 38 anos.

Apesar de sustentar que foi contratado por um colombiano para cobrar a suposta dívida e que os três policiais receberiam cada um R$ 50 mil pelo serviço, Reges não soube dizer o nome completo do suposto contratante, dizendo que se chamava Hector ou Heitor, e afirmou que vinha se comunicando com ele desde agosto, sempre pelo aplicativo Telegram. Essa pessoa teria chegado até ele através de um conhecido em comum, e o policial disse que negou três ou quatro pedidos anteriores para que a cobrança fosse feita.

Entretanto, na última sexta-feira (4), o suposto colombiano entrou novamente em contato dizendo que Renan se encontrava em Alto Paraíso e passou mais detalhes sobre o empresário e o que ele estaria fazendo na Chapada. Reges disse que concordou com o serviço e chamou os colegas William e Antonnio.

Na versão de Reges, não houve violência nem ameaças na abordagem, feita próximo a São Jorge, mas ele admite que estava armado, que se identificaram como policiais e que fizeram buscas na caminhonete em que Renan estava com amigos.

O policial afirma que foi o empresário que sugeriu irem para a pousada em que estavam hospedados, porque o sinal de internet seria melhor, e que Renan conversou com o suposto credor pelo celular do depoente, via Telegram, acertando o pagamento da dívida.

Reges também sustentou que Renan teria pedido aos policiais que afirmassem aos amigos dele que “erraram o alvo” e que estavam atrás de um sócio dele “para evitar fofocas”. Um dos amigos, em depoimento, disse que ao questionar os policiais o que estava acontecendo ouviu deles que procuravam o sócio homônimo de Renan.

Um trecho do depoimento do policial coloca como omisso o relato de policiais militares que abordaram ele e os colegas da Polícia Civil quando voltavam para Cristalina, na noite de sábado, na GO-436. Segundo Reges, os policiais foram informados por William que o trio havia ido até Alto Paraíso cobrar uma dívida de uma quarta pessoa. Os policiais militares haviam recebido informação num grupo de Whatsapp da PM de que os três tinham cometido um roubo em Formosa, mas, como não encontraram nada e viram a identificação deles como policiais civis, acabaram liberando todos.

Só depois, quando receberam a confirmação de que os três estavam envolvidos num possível roubo foram até a casa de William, em Cristalina, e o prenderam. Reges e Antonnio já haviam voltado para Goiânia e se apresentaram após o prazo do flagrante.

A defesa de Reges informou que só se pronunciaria dentro do processo investigatório, “a fim de esclarecer todos os fatos”, conforme nota.

“Distorção dos fatos”

Já os advogados de Renam que acompanham a investigação afirmaram, por nota também, que as versão apresentadas pelos policiais civis presos “não são verdadeiras e têm como finalidade o desvio do foco das investigações” sobre o “único fato que importa”, no caso, a extorsão violenta sofrida pelo empresário. “As agressões, inclusive, são confirmadas pelo exame de corpo de delito. Acreditamos e confiamos nas investigações que estão sendo conduzidas pela Polícia Civil do estado do Goiás”, afirmaram na nota.

A Polícia Civil não se manifesta sobre o caso. Na segunda-feira informou apenas que as investigações estavam concentradas na Gerência de Correições e Disciplina e que assim que houvesse uma conclusão haveria a divulgação disso.

Fonte: O Popular

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