InícioNotíciasProcura por remédios contra a gripe dispara nas farmácias

Procura por remédios contra a gripe dispara nas farmácias

O surto de gripe em pleno verão pegou muitas farmácias de surpresa. Nas últimas três semanas, a procura por remédios para tratar sintomas como tosse, coriza e dor de garganta e no corpo chegou a dobrar em alguns estabelecimentos, que tiveram que reforçar seus estoques. Com isso, medicamentos como o Tamiflu, usado contra o vírus da gripe Influenza, já estão em falta no mercado.

O resultado é que os preços de remédios de venda livre, ou seja, que não exigem prescrição médica, começam a subir nos distribuidores.

Grande parte das pessoas que estão lotando hospitais com sintomas de gripe acaba nas farmácias em busca de medicamentos. O farmacêutico e proprietário da Farmácia Ideal, Davi Fernandes Xavier, conta que a procura por antigripais chegou a crescer 80% nos últimos dias, o que não é normal para esta época do ano. “Normalmente, este surto de gripe só acontece nos meses de junho, julho e agosto. É uma epidemia fora de época”, avalia o farmacêutico.

Ele informa que precisou reforçar seu estoque de antigripais e alguns já estão mais difíceis de se encontrar nos distribuidores, assim como alguns antibióticos mais usados. Com isso, os preços já começaram a subir. “Produtos que custavam R$ 4, já estão sendo vendidos por R$ 7”, destaca. Medicamentos como o Tamiflu, que costumavam faltar somente nos meses de inverno, já não são mais encontrados no mercado.

Gerente de uma das unidades de uma grande rede de drogarias, Carmo Batista Pitaluga diz que a procura por medicamentos que combatem a gripe, como antigripais, xaropes antialérgicos e vitamina C, aumentou praticamente 100% nos últimos dias, com tanta gente ficando doente. Por causa disso, a reposição de estoques tem sido praticamente diária e em volume bem maiores que antes.

Ele garante que o único medicamento que já está em falta é mesmo o Tamiflu, usado no combate ao vírus da Influenza H1N1. “Este realmente já acabou nas distribuidoras. É um remédio específico para este vírus, que exige prescrição médica e ainda não tem substituto. Talvez ele ainda seja encontrado em hospitais”, destaca.

Semana crítica

Na drogaria Qualifarma, a procura por estes medicamentos contra a gripe cresceu cerca de 40% nas últimas semanas. O proprietário, Gelcimar Galdino, conta que já precisou repor seus estoques junto a distribuidoras e garante que ainda não há falta de remédios. Mas, segundo ele, esta última semana foi mesmo crítica em relação à procura por antigripais e antialérgicos.

“Temos uma boa cartela de fornecedores. Se um não tem um produto, logo conseguimos em outro”, afirma. A única exceção, de acordo com ele, é mesmo o Tamiflu. “Este já está em falta praticamente desde o início da pandemia”, lembra. Por causa disso, os médicos acabam substituindo o remédio por outros medicamentos que ajudam a amenizar os sintomas da Influenza.

O presidente do Sindicato do Comercio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado de Goiás (Sincofarma-GO), João Aguiar Neto, confirma que as farmácias estão tendo que fazer a reposição de estoques para atender ao grande incremento da demanda por estes medicamentos contra a gripe nas últimas semanas.

Mas ele não acredita que isso se refletirá num aumento de preços ao consumidor. “O que pode acontecer é uma redução dos descontos que eram praticados, mas isso ainda não aconteceu, pelo menos por enquanto”, afirma. Segundo Aguiar, o caso do Tamiflu é diferente, por se tratar de um medicamento mais restrito na procura e que já tem estoques reduzidos nas farmácias. “O problema é que ele não tem substituto no mercado.”

Preços

Vale lembrar que nem todos os medicamentos têm preços controlados pelo governo. No caso dos remédios liberados (grupo 1), as indústrias podem reajustar o Preço Fábrica (PF) quando desejarem e não se publica o Preço Máximo ao Consumidor (PMC). Já nos medicamentos liberados de fábrica (grupo 2), as indústrias podem aumentar a qualquer momento o PF, mas devem obedecer a margem de comercialização prevista entre o PF e o PMC.

O presidente executivo do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas no Estado de Goiás (Sindifargo), Marçal Henrique Soares, também garante que ainda não há falta de medicamentos antigripais no mercado. O que pode ocorrer, segundo ele, são dificuldades momentâneas para compra em virtude de férias coletivas em distribuidoras neste período de fim de ano. “Já o Tamiflu, que está em falta nas farmácias, não é fabricado em Goiás”, informa.

Fonte: O Popular

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