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PSOL faz críticas a José Eliton e decide não participar de grupo liderado por PT e PSB em Goiás

Contrário ao alinhamento com o ex-governador José Eliton (PSB), o PSOL decidiu não participar da frente de oposição liderada por PT e PSB em Goiás. A decisão foi anunciada oficialmente nesta segunda-feira (18) em nota assinada pela presidente estadual do PSOL, Cíntia Dias.

“O PT está se alinhando aos braços do José Eliton e andar com a direita não é uma opção para o PSOL”, escreveu a presidente. Cíntia afirmou que o objetivo do PSOL é “apresentar-se como uma real alternativa nas eleições em Goiás”. O descontentamento do partido com a aproximação do PT com Eliton já era público.

“Lamentamos muito a postura do PT Goiás em aliar-se a um projeto totalmente contrário ao bem-estar social e que se firma na insegurança popular, no entreguismo do patrimônio goiano e no sucateamento proposital dos serviços públicos”, afirmou Cíntia. A presidente argumentou ainda que “José Eliton, Ronaldo Caiado e Marconi Perillo têm a mesma identidade programática de exclusão do povo trabalhador”.

Ao POPULAR, Cíntia afirmou que o partido continuará trabalhando para formar uma frente de esquerda em Goiás, ampliando diálogo com partidos como PCB, PSTU, PCO e Unidade Popular. O PSOL lançou a pré-candidatura de Weslei Garcia ao governo de Goiás. Já o PCB tem o nome de Helga Martins. Cíntia diz que há tranquilidade para debater as pré-candidaturas.

De acordo com a presidente, lideranças do PSOL já se reuniram e foi decidido que o partido não caminhará com Eliton ou qualquer figura marconista e caiadista. A presidente conta que, durante a reunião desta segunda, o PT disse que não há definição certa, mas confirmou que o partido não teria dificuldade em caminhar com o nome que o PSB apesentar, ou seja, José Eliton. “Nós gostaríamos de caminhar com o PT, mas se o PT escolheu a direita, nós vamos ficar aqui na esquerda”, disse.

Grupo

Eliton saiu do PSDB e se filiou ao PSB no dia 30 de março, após receber convite do pré-candidato a vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Geraldo Alckmin (que fez o mesmo movimento, trocou o PSDB pelo PSB no início deste ano).

No dia seguinte, o ex-governador se encontrou com o pré-candidato ao governo de Goiás pelo PT, Wolmir Amado, quando discutiram a formação de uma frente ampla progressista em Goiás, de oposição a Caiado e a Jair Bolsonaro (PL).

No dia 6 de abril, Eliton participou de reunião em São Paulo com Lula e Alckmin. Apesar de Eliton não se colocar oficialmente como pré-candidato ao Palácio das Esmeraldas, o presidente do PSB em Goiás, deputado federal Elias Vaz, diz que o ex-governador poderia ser candidato a qualquer cargo.

Diálogo

Diante da decisão do PSOL, a presidente do PT Goiás, Kátia Maria, afirmou que “cada partido tem autonomia para pensar seu programa e onde vai estar no processo eleitoral”, mas também ressaltou que, em nível nacional, o PSOL caminha para formar federação com a Rede, e os dois partidos devem apoiar Lula. No cenário local, Kátia disse que o diálogo continua aberto.

Elias Vaz afirmou que respeita a posição do PSOL Goiás, mas não concorda. “Para derrotar Bolsonaro, precisamos de uma frente ampla”, disse. Segundo o deputado, para conseguir êxito no projeto de oposição, “setores que defendem a democracia precisam estar em unidade”.

Já Eliton lembrou que, na eleição de 2018, o PSOL também não esteve na mesma coligação que o PT e lançou candidato próprio ao governo de Goiás. Assim como Katia, o ex-governador citou que as articulações apontam que PSOL deve apoiar Lula e Alckmin na eleição e disse que o diálogo continua aberto em Goiás. “E por outro lado, nunca me coloquei como candidato. O que estou fazendo é ajudar a formar a frente ampla. Mas fico honrado que já me coloquem como candidato”, afirmou.

Fonte: O Popular

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