Universidade de Brasília (UnB) e o Incra no Distrito Federal e Entorno, em parceria, iniciam o curso de Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI) nas comunidades Vão de Almas e Vão de Moleque, ambas pertencentes ao território quilombola Kalunga, localizado na cidade de Cavalcante (GO).
A qualificação é realizada por meio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera) do Incra e dispõe de um investimento de R$ 400 mil inicialmente, totalizando R$ 850 mil no decorrer do curso – com possibilidade de ampliação das aplicações.
Ao todo, 104 alunos e alunas quilombolas estão matriculados nas 10 turmas existentes no primeiro módulo do curso de educação básica, que está sendo oferecido às comunidades desde outubro de 2025 e cuja carga horária será de 400 horas iniciais, contando com outras 1600 horas nos módulos seguintes.
Trata se de uma proposta de alfabetização de jovens e adultos acompanhada de complementação da escolaridade em nível de EJAI, com séries iniciais do Ensino Fundamental.
Intitulado “Letramento Escolar e Alfabetização para a Educação de Jovens, Adultos e Idosos (EJAI): na Perspectiva dos Saberes e dos Fazeres Ancestrais do Povo Quilombola Kalunga”, o projeto conta com duração de três anos para a conclusão dos estudos.
A capacitação dos professores, formadores e alfabetizadores da própria comunidade foi realizada em agosto e setembro de 2025, em ação conjunta dos coordenadores do projeto, da comunidade quilombola Kalunga e da Secretaria Municipal de Educação de Cavalcante (GO), com apoio do Incra.
De acordo com a asseguradora do Setor de Educação, Arte e Cultura do Incra/DFE, a servidora Joice Martinha, a oportunidade de alfabetização gera a valorização de um povo que já possui diversos saberes. “Esperamos alcançar não apenas a conclusão dos estudos e a certificação dos participantes, mas também que cada um possa contribuir de forma significativa na construção de novos caminhos e na melhoria de sua própria vida”, avalia.
Já a professora Rosineide Magalhães de Sousa, coordenadora-geral do projeto e docente da Universidade de Brasília, ressalta que o trabalho começou voluntariamente em 2024 como uma proposta para alfabetização da comunidade quilombola da região. “A equipe, com a colaboração de outras pessoas, elaborou um projeto em conjunto direcionado para a Educação de Jovens, Adultos e Idosos – uma demanda de muitos anos daquelas comunidades quilombolas, que têm um alto índice de analfabetismo”, pontua.
Posteriormente, o aporte financeiro e social do Incra por meio do Pronera tem sido fundamental para o avanço das políticas públicas e desenvolvimento das comunidades quilombolas Kalunga.

