A semana passada foi decisiva para o futuro político da cidade de Campos Belos (GO), no nordeste do estado, e, em consequência, teve severa repercussão no arranjo para as eleições para prefeito municipal deste ano.
Até então, dois pré-candidatos estavam em acirrada pré-campanha eleitoral, inclusive com forte militância em ação. O atual prefeito da cidade, Pablo Giovanni (UB), conta com o apoio formal, financeiro e político do governador Ronaldo Caiado, também do partido União Brasil (UB).
Do outro lado, também em forte pré-campanha, estava o vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores Rafael de Edy (MDB), que contava com o apoio do vice-governador do estado, cacique do MDB estadual, Daniel Vilela.
Mas o ambiente político em Campos Belos estava totalmente fora de sintonia com a coalizão UB e MDB no estado.
A intenção de Caiado é disputar a presidência da República daqui a dois anos e sedimentar a candidatura de Daniel Vilela, seu vice, como governador, num acordo político de médio e quiçá longo prazo.
Em outro viés, pesquisas internas também demonstraram que, em Campos Belos (GO), Rafael de Edy estava patinando e perdendo, a cada dia, importantes pontos, com Pablo Giovanni ultrapassando mais de 60% das intenções de voto.
Em razão disso, Caiado, Vilela, o presidente da Assembleia de Goiás, Bruno Peixoto, e outros importantes políticos de Goiás chamaram a Goiânia, nesta semana, Rafael de Edy e Pablo Giovanni para uma conversa.
Na pauta, o descompasso de Campos Belos com o acordo político entre o União Brasil e o MDB. Somou-se a isso a estagnação de Rafael nas pesquisas internas.
Diante do cenário, ficou decidido que Rafael de Edy deveria ceder espaço e não mais concorrer contra Pablo Giovanni nas próximas eleições. Por outro lado, em comum acordo, ficou decidido que o atual prefeito, candidato à reeleição, deveria ceder a vaga de vice-prefeito ao MDB.
Com a decisão das duas cúpulas partidárias, não restou a Rafael de Edy alternativa a não ser acatar a decisão. Não se sabe ainda quem vai ser o candidato a vice-prefeito, do MDB, na chapa com Pablo.
Pode ser, inclusive, Rafael de Edy, apesar de não ser para ele uma posição política muito confortável.
O Blog tenta desde ontem falar com ele para saber sua decisão, mas sem sucesso. Um vereador de oposição a Pablo, que estaria já em pré-campanha, também seria uma opção.
No entanto, inviável politicamente por conta do clima extremamente acirrado, inclusive com a aprovação na Câmara de uma investigação parlamentar que poderá levar à cassação do prefeito.
Assim, as chapas para as eleições deste ano no município ainda estão indefinidas.
Por enquanto, tem-se Pablo, sem vice, por um lado, e o médico Dr. Valter (PL), pré-candidato a prefeito, também ainda sem vice.
Fonte e texto: Dinomar Miranda
