Na última quarta-feira (2), o agente da Polícia Federal (PF) Lucas Soares Dantas Valença, 36, foi morto com tiro no peito ao invadir uma fazenda de Buritinópolis, no nordeste goiano, durante possível surto psicótico. Lucas ganhou fama nacional em 2016, ao aparecer de coque e barba para escoltar o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha à prisão. Desde então, ele ganhou o apelido de ‘hipster da federal’.
Na época, os perfis de Lucas Valença nas redes sociais viralizaram e os internautas logo foram vasculhar a vida do agente da PF.
“Lucas mora em Brasília e, de acordo com seu perfil do Facebook, está solteiro. Ele é da 2º classe da PF e entrou para a corporação em 2012. O agente também é paraquedista, membro da Federação de Paraquedismo do Distrito Federal. Além disso, Lucas também prestou prova para a Polícia Rodoviária Federal e é formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Goiás (UFG). Ele é da turma de 2008″, lê-se em matéria publicada pelo Extra em outubro de 2016.
Após o “hipster da federal” viralizar na web, o perfil do agente no Instagram mais que dobrou de seguidores. Hoje, a página possui mais de 111 mil fãs.
A última publicação de Lucas Valença na rede social foi feita em dezembro de 2021. Na foto, ele aparece ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Uma honra participar da formação dos novos Policiais Federais. E ainda rola foto com o Presidente da República, pensa bem rs! Obg por nos honrar com a sua presença Presidente”, escreveu na legenda.
Processo disciplinar
A fama toda do ‘Hipster da Federal’ não foi muito bem vista pela PF. Em outubro de 2016, a Polícia Federal abriu um processo disciplinar contra Lucas Valença por conceder entrevistas sem autorização da corporação, o que vai contra as regras internas.
Valença participou, por exemplo, dos programas Encontro com Fátima Bernardes e do Programa do Porchat, além de ter dado entrevistas para diversos sites e jornais.
Opositor de Dilma
No Facebook, o “hipster da federal” chegou a compartilhar mensagens contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), posteriormente apagadas.
“Não sei quem foram os felas que a colocaram lá! Mas faço questão de fazer parte de quem vai tirar!”, publicou em fevereiro de 2014. Em outubro daquele ano, no dia em que Dilma foi reeleita para o segundo mandato, o policial voltou a criticar a petista.
“Por mais que certa parte da população tenha votado nela, a despeito do seu despreparo, gagueira, insegurança, apoio de uma massa de corruptos, prefiro crer que a manipulação das urnas foi o grande responsável por esse lastimável resultado!”, escreveu Lucas Valença.
Valença disse, ainda, não ter “vergonha” do Brasil em razão da reeleição de Dilma. “Prefiro crer na continuidade da corrupção, no seu braço longo que alcança facilmente o sistema eleitoral.”
Com informações do Extra e Estadão
