InícioCidades"Só restam sequelas", diz maquiadora baleada por bombeiro em Alto Paraíso de...

“Só restam sequelas”, diz maquiadora baleada por bombeiro em Alto Paraíso de Goiás

A maquiadora Jully da Gama Carvalho, 30 anos, baleada na cabeça pelo bombeiro Andrey Suanno Butkewitsch, 40, em janeiro, após uma discussão em um bar em Alto Paraíso de Goiás, na região da Chapada dos Veadeiros, lamentou a decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJGO) em conceder liberdade provisória ao militar.

Pelas redes sociais, Jully afirmou estar sem o movimento de partes do corpo e, após o ocorrido, restam apenas traumas causados por um bombeiro que ela classificou como “descontrolado”.

“Estou sobrevivendo, dia após dia, tentando recolher os cacos. Meu marido sem emprego e, mesmo que aparecesse (a oportunidade), não seria viável. Estou em tratamento e não consigo fazer nada só. Estamos sem recurso algum. Mas, a liberdade cantou para ele. Para mim, só restam sequelas”, lamentou.

“Não basta estar sem os movimentos, mas se eu estivesse morta aí a pensão sairia. Para mim? Não, para ele. Descontrolado, bêbado. Poderia ter acertado mais pessoas. Ele atirou em um carro com quatro pessoas dentro”, concluiu a vítima.

Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (25/7), a maquiadora mostra o processo de recuperação, ainda apresentando dificuldades para caminhar. “Nas últimas três semanas, a evolução de Jully foi surpreendente. A medicina chinesa especializada faz toda a diferença em lesões cerebrais quando iniciada precocemente”, escreveu o fisioterapeuta de Jully no Instagram.

Liberdade provisória
A 2ª Câmara Criminal do TJGO concedeu liberdade ao bombeiro nesta quinta-feira (25/7), com o alvará de soltura já emitido. Andrey estava preso desde o ocorrido e é réu no processo desde março, por tentativa de homicídio contra quatro pessoas, incluindo a maquiadora, que estavam dentro do veículo. Ele também responde por porte ilegal de arma de uso restrito.

Nos autos do processo, após denúncia do Ministério Público do Estado de Goiás (MPGO), consta que, enquanto o marido da vítima se dirigia ao caixa do bar para pagar a conta, Andrey começou a olhar o celular de Jully. Nesse momento, ao ser questionado pelo homem, Andrey disse “não gosto de veado”.

Após o marido da vítima pagar a conta, Andrey empurrou o homem, iniciando uma luta corporal. Após o término da briga, Jully, acompanhada do marido e de dois amigos, dirigiu-se ao local onde estavam hospedados. Com os quatro dentro do carro, Andrey foi até o veículo dele, pegou uma arma e disparou contra o vidro traseiro do carro da vítima, acertando a nuca da maquiadora.

O bombeiro deixou o local acompanhado de um amigo, o advogado Sandro Fleury Batista, mas ambos foram encontrados na mesma rua por policiais militares. Na delegacia, Andrey confessou a discussão e afirmou ter atirado com a intenção de intimidar os envolvidos, mas sem querer atingir nenhuma das vítimas.

Processo
Antes de conseguir a liberdade provisória no TJGO, a defesa de Andrey recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas teve os pedidos negados em ambas as instâncias. O advogado do bombeiro, Luiz Medeiros, afirmou que seu cliente está arrependido. “Ele é uma pessoa de bem e está preocupado com a repercussão do caso da moça atingida”, disse.

Fonte: Correio Braziliense

POSTAGENS RELACIONADAS
- PUBLICIDADE -
- PUBLICIDADE -

MAIS LIDAS DA SEMANA