Um dos turistas que estava no balão que se chocou contra um paredão de pedras e deixou turistas feridos na Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, no Entorno do Distrito Federal, disse que foi a primeira vez que ele voou.
“Foi um negócio muito traumático. Foi muito duro, uma pancada muito forte e uma coisa que você não espera, porque era pra ser um voo tranquilo, leve, tranquilo. Foi lindo, enquanto não aconteceu essa fatalidade”, desabafou.
Em nota, a empresa Balonismo na Chapada disse que atua na região da Chapada dos Veadeiros há 11 anos, já fez mais de 1,3 mil voos e pela primeira vez precisou fazer um pouso de emergência.
O turista, que preferiu não se identificar, disse que o voo de balão era um presente para a esposa, que estava fazendo aniversário. Com o casal, também estava o filho de 20 anos, o piloto e os demais ocupantes, incluindo um turista alemão.
“Gosto muito de ir à Chapada, conheço o trabalho do piloto, vejo o balão lá voando, e como era o aniversário da minha esposa, eu decidi dar esse presente pra ela. Foi uma experiência traumática”, reforçou.
“Foi na parte final do voo. Eram três queimadores de gás. Um deles subiu e já mostrou entupimento. E os outros dois, como precisaram usar muito, um deles acabou antes da hora. Com um botijão só, o balão não teve calor suficiente”, explicou o ocupante.
Para o resgate, o turista disse que o grupo esperou por cerca de duas horas porque era uma área sem sinal de celular e afastada.
O acidente
O acidente aconteceu na manhã da última sexta-feira (3). A empresa alegou que apenas duas pessoas se feriram, mas um ocupante disse que 10 pessoas se machucaram, incluindo um turista da Alemanha, que torceu o pé. O estado de saúde deles não foi grave, segundo a testemunha.
“Teve uma senhora que cortou o nariz, a boca ficou sangrando, deslocou o ombro. 10 pessoas com hematomas. Eu tô com machucado no joelho, minha esposa, meu filho também… com ralado e roxo”, disse.
O turista informou que registrou o caso no Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa). O pediu informações sobre a investigação do acidente, mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.
O que diz a empresa
Segundo a empresa, o balão raspou nas pedras do topo da montanha e que houve um “pouso perfeito” após a serra, apesar dos turistas mostrarem que o pouso também foi conturbado.
Os turistas mostraram que pelo menos 10 tiveram hematomas, mas segundo a empresa apenas dois sofreram ferimentos, ambos sem gravidade. De acordo com a empresa, o piloto possui mais de 2,5 mil voos em seu currículo e representa o Brasil em campeonatos mundiais, com 5 podiums e vaga para o mundial em 2024.
Além disso, a empresa detalhou que se responsabilizou e prestou o resgate e acompanhamento dos passageiros ao hospital.
“Todos os passageiros que voam conosco estão assegurados com o seguro aventura, aplicado às atividades na natureza como o balonismo, que pela primeira vez em 11 anos de operação precisou ser acionado”, disse em nota.
Fonte: G1