A vendedora Regiane Maria Gontijo, de 45 anos, faz parte do grupo de turistas que viveram momentos de pânico após serem arrastados por cabeça d’água em Alto Paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros. Em entrevista, a mulher contou que já conhecia as trilhas da região, mas que dessa vez foi surpreendida pela correnteza.
“Foi horrível, vi a morte de pertinho. Ainda caí na água, mas consegui me segurar no americano que estava com a gente e foi o nosso herói. Só machuquei o pé, mas estou bem”, relatou.
Moradora de Brasília, a servidora pública Lana Guedes, de 43 anos, também estava presente, junto com a filha e mais dois homens. Ela mencionou que a vendedora foi a que mais sofreu durante a correnteza que quase arrastou todo o grupo, na segunda-feira (30). Regiane precisou ser auxiliada para evitar uma tragédia.
Segundo os turistas, embora a pousada tenha proibido banhos nas cachoeiras, a trilha foi autorizada. Eles estavam voltando para o local quando encontraram o caminho de volta completamente alagado e com fortes correntezas. “Não nos informaram do risco. Não tinha corda, placas de risco de alagamento e zero brigadistas”, informou Lana.
Após o susto, Regiane faz um apelo aos administradores de estabelecimentos da região para que não deixem turistas descerem alguma trilha caso haja risco de cabeça d’água, com o intuito de evitar que uma situação semelhante aconteça com outras pessoas.
A reportagem entrou em contato com a pousada em que os turistas ficaram hospedados, para que pudesse se manifestar sobre o assunto, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Conforme explicado pelo gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim, a região da Chapada dos Veadeiros registrou fortes chuvas no dia do ocorrido. No local, foram registradas cerca de 56 milímetros de precipitação, de acordo com o especialista.
Segundo André, em regiões com cursos d’água intermitentes, como a Chapada dos Veadeiros, o volume elevado de chuva é propício para a formação de cabeças d’água. Ele ressaltou que o local onde o grupo andava não corresponde a um trilha, é um ambiente com circulação de água.
“É muito perigoso porque a movimentação é muito rápida. Pode jogar você contra uma pedra dessa e você se machucar, bater a cabeça. Por isso é importante a questão dos guias turísticos”, alertou.
Fonte: G1