A prefeita de Formosa (GO), Simone Dias Ribeiro de Melo, completa no próximo dia 1° de janeiro um ano à frente do Executivo municipal, no Entorno do Distrito Federal. O período tem sido marcado por pressões políticas, ameaças e episódios classificados por aliados e integrantes da gestão como violência política de gênero, em meio a um cenário de instabilidade desde a posse.
Primeira mulher a ocupar o cargo na história do município, Simone Ribeiro assumiu a Prefeitura após um período em que Formosa esteve associada a investigações sobre supostos esquemas de corrupção envolvendo ex-gestores e empresários. A eleição foi interpretada por apoiadores como um marco de ruptura, mas também resultou em resistência de setores da política local.
Desde o início do mandato, a prefeita relata enfrentar adversidades. Simone afirma ter sido alvo de ameaças de morte, fato divulgado por veículos regionais. Paralelamente, passaram a circular nas redes sociais conteúdos críticos à gestão e especulações sobre possível processo de impeachment, associados a articulações na Câmara Municipal.
O episódio mais recente ocorreu na semana do Natal. Mensagens compartilhadas em grupos de WhatsApp, divulgadas pelo Jornal Opção do Entorno, atribuíram a um parlamentar local declarações consideradas discriminatórias, sugerindo que Simone seria a primeira e a última mulher a governar o município. O caso foi apontado por integrantes da gestão como exemplo de violência política de gênero.
Simone afirma ter adotado medidas de transparência administrativa ao assumir o cargo, relatando prédios públicos em condições precárias, frota de veículos sucateada e dificuldades financeiras. Segundo ela, a divulgação desse diagnóstico fez parte do início da reestruturação da máquina pública.
A gestora também relaciona sua experiência à discussão nacional sobre violência contra a mulher, destacando a necessidade de políticas permanentes de proteção e acolhimento. “Estar à frente da gestão municipal significa romper barreiras históricas e reafirmar o compromisso com dignidade, respeito e igualdade”, disse.
A gestora afirma que continuará conduzindo o governo municipal e declara que mulheres “podem e devem ocupar espaços de poder” Segundo ela, a violência contra a mulher “não é aceitável, não é normal e não será tolerada”.

