InícioCidadesWave Nickel vai investir R$ 1,6 bilhão na mineração em Niquelândia-GO

Wave Nickel vai investir R$ 1,6 bilhão na mineração em Niquelândia-GO

Com a aquisição da unidade de mineração localizada em Niquelândia, no norte de Goiás, que pertencia à Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), a Wave Nickel Brasil pretende investir R$ 1,6 bilhão para implementar tecnologia que usa micro-ondas para separar os minerais, eliminando a necessidade de barragens.

A empresa reativará a unidade, que está sem operação desde 2016, quando as atividades foram interrompidas sob justificativa de queda do preço do níquel no mercado.

O contrato de compra foi assinado na quinta-feira (13). A aquisição custou R$ 20 milhões e inclui uma mina, a planta de processamento e toda sua estrutura operacional. A tratativa entre a CBA e a Wave Nickel levou um ano e dois meses e ainda passará por avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A expectativa é de que a transação seja concluída nos próximos meses.

CEO da Wave Nickel, Gustavo Emina afirma que o primeiro plano da empresa é ativar a usina sul no próximo ano, com o investimento de R$ 150 milhões. De acordo com Emina, esta fase funcionará como um teste inicial, para gerar os parâmetros operacionais, com o objetivo de modernizar a planta.

A expectativa da empresa é que a unidade esteja em operação total em 2029. No entanto, segundo o CEO, este é um cenário conservador. É possível que a previsão seja antecipada para 2027.

A unidade tem 55 milhões de toneladas de recursos de níquel, com capacidade para produzir cerca de 20 mil toneladas por ano de níquel contido em carbonato. Segundo informações divulgadas pela CBA e a Wave Nickel, os recursos podem chegar a 80 milhões de toneladas, se forem consideradas as pilhas de minérios marginais.

A nova tecnologia a ser implantada pela Wave Nickel promete produção de hidróxido misto de níquel-cobalto (produto intermediário para a fabricação de baterias) de forma sustentável. De acordo com a empresa, no método a ser usado, o minério bruto passa por uma etapa de pré-concentração a seco, na qual os teores de níquel aumentam em 60% e a massa é reduzida em 40%. O material também passa por etapa de aplicação de ondas eletromagnéticas, o que torna o níquel e o cobalto reativos e recuperáveis.

Ainda segundo a empresa, o método também permite, ao final do processo, recuperar minerais considerados estratégicos como magnésio, cromo e manganês, além de produzir fosfato de ferro. Emina afirma que o fato de a tecnologia ser inovadora, pode colocar Niquelândia em holofotes mundiais de produção sustentável, tornando a unidade em exemplo para outras mineradoras.

O CEO explica que atualmente a unidade conta com 50 colaboradores, que trabalham na manutenção. Segundo Emina, o plano é manter todos os funcionários e aumentar a quantidade gradativamente ao longo de cada fase de implantação. Quando a operação da unidade estiver completa, devem ser gerados 600 empregos diretos. Emina afirma que ainda não abriu diálogo com a Prefeitura de Niquelândia porque o processo de compra da empresa ainda estava em andamento. Mas, segundo ele, esse contato deve ser feito em breve. Niquelândia está localizada no Norte goiano e possui 47 mil habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Estratégia

Ricardo Carvalho é CEO da CBA e afirma que, com a unidade desativada, a empresa buscou manter os ativos em condição de operação, enquanto buscava nova oportunidade para o local. “Foi uma opção (venda para a Wave Nickel) que nos deixou satisfeitos e confortáveis. Traz uma tecnologia nova, aproveita boa parte dos ativos, viabiliza produção em economia verde e dá uma perspectiva de continuidade operacional”, afirmou Carvalho.

A tratativa não envolveu a barragem do Jacuba, terrenos ligados ao Legado Verdes do Cerrado e área do projeto de energia solar da empresa, além de outras fazendas, que continuam com a companhia.

Na negociação, ficou definido que, em caso de retomada da produção pela Wave Nickel na unidade, a CBA receberá 3% de royalties sobre a receita operacional líquida da empresa, com limitação de R$ 10 milhões ao ano.

Presidente do Sindicato das Indústrias Extrativas de Goiás e do Distrito Federal (SIEEG-DF), Luiz Antônio Vessani afirma que a paralisação da planta em Niquelândia preocupava o setor, e lembra que a suspensão dos trabalhos em 2016 causou problemas sociais, pois a cidade não estava preparada para perda dos postos de emprego.

Vessani argumentou que o níquel retomou importância no mercado e ressaltou o uso de tecnologia sustentável pela nova empresa. “Isso fortalece a posição do estado de Goiás como importante fornecedor na produção de metais. É um passo importante”, disse o presidente.

Fonte e texto: O Popular

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