De 1990 a 2022, o estado de Goiás foi palco de intensas disputas eleitorais, alternâncias de poder e transformações partidárias que moldaram o cenário político goiano. O período foi marcado por reviravoltas, hegemonias e nomes que deixaram sua marca na história recente do estado.
Nos anos 1990, o domínio político era fortemente influenciado por figuras tradicionais. Em 1990, Iris Rezende (PMDB) retornou ao governo, consolidando sua liderança e estabelecendo um estilo de gestão que combinava obras estruturais e forte presença popular. Em 1994, entretanto, surge uma nova força: Maguito Vilela, também do PMDB, assume o governo após vencer uma acirrada disputa, mantendo a hegemonia peemedebista no estado.
O início dos anos 2000 trouxe uma virada. Em 1998, Marconi Perillo (PSDB), então um jovem político e ex-deputado federal, surpreendeu ao vencer Iris Rezende no segundo turno, quebrando uma sequência de vitórias do PMDB e inaugurando uma nova era. Perillo foi reeleito em 2002, consolidando o PSDB como principal força política de Goiás por quase duas décadas. Sua gestão ficou marcada por obras de infraestrutura, programas sociais e um estilo moderno de comunicação política.
Em 2006, Alcides Rodrigues, vice de Perillo, assumiu o governo, mantendo o grupo tucano no poder. Mas, nas eleições de 2010, Marconi voltou à disputa e venceu novamente, iniciando seu terceiro mandato. Em 2014, ele se reelegeu mais uma vez, totalizando quatro vitórias nas urnas e um domínio político sem precedentes na história recente goiana.
O cenário começou a mudar em 2018, quando o cansaço com o grupo político do PSDB e a onda nacional de renovação levaram ao surgimento de novas lideranças. Ronaldo Caiado (DEM), histórico senador e figura conhecida da direita goiana, foi eleito governador com ampla vantagem. Sua vitória simbolizou o fim do ciclo tucano e o início de uma nova fase política, marcada por um discurso de renovação e gestão técnica.
Em 2022, Caiado consolidou seu projeto político ao conquistar a reeleição ainda no primeiro turno, reforçando sua liderança regional e sua aliança com o governo federal à época. Com o DEM fundido ao União Brasil, o governador manteve um perfil de articulação nacional, equilibrando política tradicional e discurso de eficiência administrativa.
Ao longo de três décadas, Goiás viu a alternância entre dois grandes polos — PMDB e PSDB — dar lugar a uma nova configuração, com o avanço de partidos de centro-direita e a reorganização das forças políticas locais. As urnas goianas refletiram, em cada eleição, as transformações do país: do domínio das oligarquias regionais ao protagonismo de novos grupos e discursos.
Mais do que resultados, as disputas de 1990 a 2022 contaram a história de um estado que cresceu, se modernizou e consolidou sua relevância no cenário político nacional.

