Diante da previsão de volume de chuvas de até 500 milímetros no Nordeste goiano para dezembro, índice quatro vezes mais alto que o normal para o período, o governo de Goiás anunciou nesta segunda-feira (31) um programa de medidas para lidar com situações de emergência na região e evitar os danos provocados na mesma época no ano passado. O pacote inclui ações preparatórias, de resposta e de reconstrução para 14 municípios de maior risco.
Pelas previsões do governo, 19 mil pessoas podem ser afetadas direta ou indiretamente pelas fortes chuvas e cerca de 280 estruturas, considerando casas, pontes e instalações públicas, podem ser danificadas. Quanto às rodovias, o cálculo é de que 21 trechos podem ser afetados.
Na última virada do ano, quando também o índice de chuvas ultrapassou o normal, houve estragos em estradas, isolamento de cidades e desabrigados nas regiões Nordeste e Norte, quando 24 cidades decretaram situação de emergência.
O pacote, batizado de Operação Nordeste Solidário, envolve 17 pastas da gestão e prevê reparos em rodovias, ações nas áreas de saúde e social, garantia de abrigo e outras frentes para mitigação de possíveis danos.
O Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo) aponta que precipitações de 351 a 500 milímetros podem provocar isolamento de cidades, desabastecimento de alimentos, contaminação de água
potável, perda na lavoura e pecuária, galgamento de barragens e desaparecimentos.
O governador Ronaldo Caiado (UB) disse que a gestão estadual passa a antecipar os problemas, quando antes as ações eram reativas. “Era um estado que pecava por não estar preparado diante de problemas cíclicos ou frequentes, como enchentes, secas, queimadas, incêndios. Tudo isso pode ser muito bem previsto e ter ações para que consequências não sejam tão danosas”, afirmou.
São os seguintes municípios classificados com alto grau de risco: Cavalcante, Nova Roma, Alto Paraíso, São João D`Aliança, Água Fria de Goiás, Niquelândia, Mimoso de Goiás, Formosa, Uruaçu, Hidrolina, São Luiz do Norte, Pilar de Goiás, Teresina de Goiás e Itapaci.
As ações incluem vistorias de estradas, mapeamento de abrigos, reforço de medicamentos, produção de 15 mil kits do Mix do Bem, aquisição de 2 mil colchões, 5 mil filtros de barro e 7 mil cobertores, distribuição de Aluguel Social, recuperação emergencial de vias e pontes e oferta de caminhão Pipa com água potável. O governo não apresentou cálculo de investimento no plano de ação.
O Cimehgo também aponta que, além das 14 municípios com maior risco, outros 56
municípios nas regiões Centro, Norte e Nordeste podem ter chuvas entre 250 e 500 milímetros. Segundo o governador, elas também terão monitoramento e preparo para necessidade de ações emergenciais.