A educação, assim como a saúde, deveria ser uma prioridade absoluta de cada gestor público, justamente pelo impacto que causa da vida de casa cidadão.
Uma criança que perde tempo sem ir à escola ou tem uma educação de baixa qualidade nunca mais irá recuperar o tempo perdido.
Mas nos rincões do país, exemplo de falta de gestão na educação se acumula a cada olhar atento. Pior que dinheiro não falta.
Há um quinhão federal, outro estadual e também o estadual. Tudo obrigatório por força da Constituição Federal.
Agora imagine você o que ocorre em comunidades secularmente abandonadas pelo Estado, a exemplo das famílias negras, descendentes de ex-escravos?
É isso que está ocorrendo neste momento em Arraias (TO), sudeste do estado.
Uma escola que poderia atender a centenas de estudantes está com a construção parada há 12 anos. Há mais de uma década. Entra prefeito e sai prefeito, e o abandono escolar persiste.
A escola, feita pela metade, fica na zona rural do município, na comunidade quilombola kalunga do Mimoso.
A Escola Polo das Matas, como é conhecida, está na fase de acabamento. Mas o prédio prédio está tomado pelo mato e completamente abandonado.
A comunidade fez a sua parte, cobrou, exigiu e até doou o terreno para construção da escola. O doador, Sabino Rosa, já até morreu sem ter a satisfação de ver o benefício entregue.
“Nossos moradores têm o coração tão bom que um deles doou o terreno. Ele [Sabino] queria ver a escola funcionando, mas já até faleceu”, disse Edir Soares de Sousa, presidente da Associação da Comunidade Remanescente de Quilombo Kalunga do Mimoso do Tocantins (AKMT).
Enquanto a escola segue parada, Edir Soares conta que os alunos estão ‘tumultuados’ em uma escola menor. “Queremos que terminem a construção dessa escola. Já foi gasto muito dinheiro e não está trazendo resultado porque a escola está inacabada”, afirmou.
‘Tristeza imensa’
Uma moradora da comunidade gravou vídeos mostrando a escola abandonada e criticou o ‘descaso’. “A gente fica muito triste com a situação, em ver essas salas todas abandonadas, […] pátio cheio de mato, é uma tristeza imensa”, afirmou.
A mulher também disse que falta ‘pouco’ para a escola começar a funcionar e acrescentou: “Não dá mais para esperar, não dá mais para a gente deixar um benefício desse tão importante desse jeito”.
Outro lado
A reportagem procurou o Governo do Estado, mas recebeu a informação de que a escola não pertence à rede estadual de ensino. A Prefeitura de Ararias também foi procurada, mas não se manifestou até a publicação desta reportagem.
Fonte: AF Notícias