InícioNotíciasEmpreiteira recolhe máquinas e paralisa obra da GO-447

Empreiteira recolhe máquinas e paralisa obra da GO-447

Esta quarta-feira (6) foi de indignação, incredulidade, surpresa, tristeza e desesperança no Nordeste de Goiás, a região mais carente do estado.

A empreiteira Pavienge, contratada pelo Governo do Estado para concluir as obras de pavimentação da GO-447 e da GO-112, que liga a GO-118 à cidade Divinópolis de Goiás, recolheu os maquinários, devolveu aqueles locados e suspendeu por completo qualquer serviço nos canteiros.

Nem o Governo do Estado, através da Goinfra, nem a empresa estão sendo transparentes para informar a esses sofridos goianos o que de fato está ocorrendo.

Desde a semana passada que a empresa tem feito movimentos erráticos e recolhido seus equipamentos. O blog recebeu as primeiras informações da paralisação das obras no dia 29 de junho. 

Funcionários da empresa disseram que chefia reuniu os empregados, disse que há três meses não recebe um tostão da Goinfra e que por isso estava dispensando a todos.

De imediato, o Blog procurou um posicionamento da empresa, que minimizou a encrenca. 

“Esta informação não é correta. Não há problema de pagamento com a GOINFRA.

O que estamos resolvendo com a GOINFRA são questões administrativas do contrato e aproveitamos para fazer limpeza e manutenção dos equipamentos. Nenhum equipamento saiu da obra e ninguém foi demitido”, disse um representante da empreiteira na sexta-feira (1).

Ainda na quinta-feira (30), o deputado estadual Paulo Trabalho (PL-GO) foi à tribuna da Assembleia Legislativa de Goiás para denunciar a paralisação total das obras, criticando o descalabro do problema.

Nesta quarta-feira (6), no entanto, a empresa não segurou mais as informações e disse que estava abandonando a obra de pavimentação da GO-447, por falta de condições contratuais.

O blog procurou a Goinfra, que até à noite não tinha expedido uma nota explicativa à sociedade. 

Por falta de transparência, há especulações. Uma delas diz que com a subida dos preços do diesel e dos demais combustíveis, somada à inflação generalizada, o contrato firmado entre o governo e a empreiteira ficou inexequível.

Mesmo com diversos aditivos, não se chegou a um acordo razoável para a continuidade das obras e a empresa resolveu desistir. 

Repercussão

Logo após a informação, um grupo de vereadores de Monte Alegre de Goiás foi ao canteiro da Prata (GO) tentar obter mais informações. 

Por fim, gravaram um vídeo confirmando o abandono da obra e teceram severas críticas ao prefeito do município, Filipe Campos, acusado de inanição. 

Prefeitos e vereadores da região também acionaram o deputado federal José Nelto (PP) para tentar encontrar uma solução. O parlamentar gravou um vídeo no final da tarde dizendo que iria à sede da Goinfra conversar pessoalmente com o presidente da agência, Pedro Sales.

Para piorar a situação, o imbróglio atingiu seu ápice no exato momento em que o governador Ronaldo Caiado está recolhido, em luto, por conta da morte prematura de um de seus filhos e logicamente não tem a mínima condição de ser importunado com a questão. 

Importância da obra

No início de junho, a empreiteira Pavienge informou que tinha aberto uma terceira frente de trabalho nas obras de pavimentação das rodovias GO-447 e GO-112 que liga a GO-118 à cidade de Divinópolis de Goiás, no nordeste do estado, região de Terra Ronca.

“Estamos com uma frente de terraplenagem iniciando os serviços na GO-112 sentido Distrito da Prata. Outra, de capa, fazendo serviços de, T.S.D (Tratamento Superficial Duplo) na GO-447, distrito da Vazante sentido Prata, e uma terceira, equipe que vai iniciar o microrrevestimento do trecho Divinópolis até a Vazante”, o engenheiro Guth Halley.

Ainda de acordo com o coordenador da obra, já tinha sido executados 6 km de terraplenagem e 6 km de pavimentação, com três bueiros celulares e dez bueiros tubulares.

Cerca de 112 funcionários e 66 equipamentos estavam empregados e intensamente imbuídos na pavimentação desse  trecho rodoviário, que pode ser um divisor de água no desenvolvimento social, econômico e turístico do Nordeste de Goiás.

Há mais de dez anos que este Blog vem clamando ao governo do estado a pavimentação do trecho e há 40 anos a sociedade regional amarga uma espera árdua.

 O trecho que está sendo pavimentado liga a grande, rica e turística Chapada dos Veadeiros à também estonteante região de Terra Ronca, uma reserva estadual do bioma de cavernas.

O Parque Estadual de Terra Ronca, criado pela Lei 10.879, de 7 de julho de 1989, está localizado em São Domingos (GO) e possui uma área de, aproximadamente, 57.000 hectares.

O  objetivo do parque  é preservar a fauna, a flora, os mananciais e, em particular, as áreas de ocorrências de cavidades naturais subterrâneas e seu entorno, protegendo sítios naturais de relevância ecológica e reconhecida importância turística, assegurando e proporcionando oportunidades controladas para uso público, educação e pesquisa científica, como o “Seu Ramiro”, caverna com a maior boca natural do Brasil.

A estrada também deve potencializar o uso turístico do Lago de São Domingos, com suas praias agradáveis, e levar riqueza e geração de renda ao município.

O escoamento do agronegócio, da pecuária e agricultura, que são forças locais, também deve ser muito beneficiado com o asfaltamento das duas rodovias.

Com a estrada em livre trânsito, Posse (GO), Campos Belos (GO) , o sudeste do Tocantins e o oeste da Bahia estarão interligados, com livre acesso à educação superior, profissionalizante e a serviços de saúde.

São cerca de 60 km de rodovia que vai fazer uma grande diferença na vida de milhares de pessoas e mudar a cara uma região inteira.

Fonte e texto: Dinomar Miranda

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