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Fazendeiro que matou hipster da Federal agiu em legítima defesa, conclui polícia de Goiás

A Polícia Civil de Goiás concluiu o inquérito que investigava a morte do agente da Polícia Federal Lucas Valença, em 2 de março. Ele morreu com um tiro no peito após invadir uma fazenda em Buritinópolis, região de Goiás. A investigação concluiu pelo indiciamento do dono da fazenda pelo crime de posse ilegal de arma de fogo, mas descartou o crime de homicídio, uma vez que, segundo a apuração, o homem agiu sob legítima defesa.

O processo foi remetido ao Tribunal de Justiça de Goiás nesta quarta-feira (13). O autor do disparo chegou a ser preso em flagrante após atirar no policial, mas foi solto ao pagar fiança de R$ 2 mil. A arma utilizada no caso era originalmente de pressão, mas foi alterada para uma espingarda calibre 22. Inicialmente, o chegou a ser apurado como homicídio.

Durante depoimento à polícia, o fazendeiro deu detalhes do que ocorreu durante a noite do dia 2 de março. Ele narrou que estava em casa com a esposa e a filha, quando ouviu gritos do lado de fora da fazenda. Valença teria ordenado que eles saíssem do imóvel; do contrário, iria matá-los. O agente da Polícia Federal ainda teria gritado xingamentos e dito que “naquela casa havia um demônio”. O policial teria desligado a energia da propriedade e arrombado a porta da casa.

Foi nesse momento que, segundo o depoimento, o fazendeiro teria alertado Valença de que estava armado. Mesmo assim, o agente invadiu a casa, e o proprietário disparou um único tiro. A vítima, já atingida no peito, gritou que era policial, e o fazendeiro acionou a Polícia Militar e pediu socorro de uma ambulância. Lucas Valença foi socorrido, mas morreu no local.

A família de Lucas Valença relatou que o agente enfrentava uma depressão e estava em tratamento. No dia em que foi baleado, ele teria tido um surto psicótico. Na ocasião, ele aproveitava o feriado de Carnaval em um chalé na cidade de Buritinópolis ao lado da família e amigos.

Como estava alterado, Lucas chegou a ser medicado. O padrasto dele resolveu chamar a Polícia Federal, para que colegas de corporação fossem ajudá-lo. Um agente foi até a chácara para transportá-lo de volta a Brasília. Mas, na altura de Alvorada do Norte, a 9 km de Buritinópolis, Lucas saiu do carro, fugiu pela mata e seguiu para a Fazenda Santa Rita, onde acabou morto.

Hipster da Federal
Lucas nasceu em Goiás, mas morava em Brasília. Ele ficou famoso em 2016, ao aparecer na escolta do então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ), réu na Operação Lava Jato. Na época, o sucesso do policial nas redes sociais foi tanto que ele ganhou até um boneco no Carnaval do Recife em 2017.

O último caso emblemático em que Lucas atuou foi a caçada ao criminoso Lázaro Barbosa, em Cocalzinho (GO), em junho de 2021. Ele estava entre os 270 policiais do DF que fizeram parte da megaoperação. Lucas ficou conhecido como hipster da Federal por causa da aparência, com barba cheia e cabelos longos sempre presos em coque.

Na rede, 111 mil pessoas seguem o policial, mas, apesar dos milhares de fãs, o agente não fazia posts frequentes havia meses.

Fonte: R7

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