Por Guilherme Henrique,
Sabe aquela ansiedade boa que a gente sente esperando pelas festas da região no mês de junho e julho? Pois é, parece que trocaram por uma agonia sem fim! A demora para soltarem as datas e programação oficiais dos eventos está deixando a população de cabelo em pé: o povo, que quer se divertir, e o comércio, que precisa vender para sobreviver. E o pior é que essa enrolação toda para anunciar as festas, que mais parece um “chá revelação” para saber quando vão acontecer, já está dando prejuízo.
Na região que compete ao nordeste goiano e o sudeste do Tocantins, onde festa boa de verdade é coisa rara (acontece uma ou duas vezes por ano, se muito), com a falta de organização pesa ainda mais. Enquanto cidades como Teresina de Goiás e Combinado do Tocantins (que, ufa, já têm festa marcada para este fim de semana e com programações de tirar o fôlego) e Monte Alegre (com suas tradicionais barraquinhas de sempre) dão um suspiro de alívio, o resto da região fica no escuro, só na base da especulação. As festas que rolaram em Lavandeira há pouco tempo só serviram para mostrar o quão importante é fomentar a cultura. Mas parece que ninguém liga muito pra isso, né? Aliás, parece que é carta fora do baralho para os gestores.
O sufoco é maior ainda para quem depende e quer vivenciar as grandes vaquejadas de Divinópolis de Goiás e Novo Alegre do Tocantins, que são as duas maiores festas da região. Elas são eventos gigantes, que movimentam uma grana alta na economia local, mas que até agora, nada de pelo menos um suspiro na programação oficial! E Campos Belos, coitada? Desde que aconteceu a transição das festas para a modalidade de festas gratuitas, a tradicional Exposição Agropecuária sumiu do mapa. Um prejuízo danado para a cultura e para o bolso de muita gente, principalmente.
É de chorar de rir (se não fosse trágico) ver o estrago que essa mania de fazer suspense com as datas causa na economia. As festas, que deveriam ser um respiro para o comércio, acabam virando um peso. Hotel? Vazio e empresários sem perspectiva. Restaurante e bar? Às moscas. Loja? Mercadoria encalhada. E os empregos temporários, aquela graninha extra que ajuda tanta família? Viraram fumaça. O dono de um hotel em Divinópolis de Goiás desabafou à coluna: “Ano passado, não tinha um quarto vago para a Vaquejada. Este ano? Dá para alugar até para assombração, porque turista esperto não quer passar por esse perrengue. A gente espera a 40ª Vaquejada, mas sem nem a notícia de quem vem, sem nada, vira piada de mau gosto que sai caro”. E assim, a coisa toda trava, do grande empresário ao vendedor de pipoca, todo mundo refém dessa bagunça.
Chega a ser um desaforo! A falta de um simples calendário, coisa básica em qualquer lugar organizado, aqui vira um problemão que afeta a vida de todo mundo. É muita falta de respeito com quem trabalha, com quem investe e com quem só quer um pouco de diversão. Será que estão testando nossa paciência? Enquanto esse “teste” continua, o comércio vai para o buraco, turista foge e o povo se pergunta se festa virou artigo de luxo.
Então, fica o recado para os “gênios” que estão enrolando com essas datas: resolvam isso logo! Divulguem a programação, pelo amor de Deus! A região precisa de menos “surpresa de chá revelação” e mais responsabilidade. A crise está aí, batendo na porta, e a paciência do povo já acabou faz tempo.