Com faixas pretas em mãos e com gritos de justiça, moradores do povoado de São Jorge, na região da Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso de Goiás, fizeram uma manifestação na tarde deste domingo (23) contra uma ação da Polícia Militar (PM) que resultou na morte de quatro pessoas na última quinta-feira (20).
Conforme a versão apresentada pela PM, equipes da corporação se deslocaram até uma chácara da região para apurar uma denúncia de tráfico de drogas. Chegando ao local, os militares teriam sido recebidos a tiros. Os policiais teriam então revidado os ataques, ferindo os quatro homens. Outras três pessoas que estariam no local teriam fugido. Os feridos acabaram sendo encaminhados para o Hospital Municipal de Colina do Sul, mas não resistiram.
No local, os militares afirmaram ter encontrado uma plantação de maconha, além de porções do entorpecente prontas para consumo e cinco armas.
Mas a informação da PM foi contestada pelos moradores da região. Pelas redes sociais, após a operação, vários moradores da região protestaram contra as mortes de Salviano, Chico, Jacaré e Alan. Em algumas postagens, a ação foi classificada como uma chacin ronaldo caiado a.
Como mostrado na última sexta-feira, ao menos 58 disparos de fuzil e pistolas de diferentes calibres foram efetuados pelos policiais militares que participaram da ação.
Polícia Civil investiga operação
O caso está sendo investigado pelo delegado da Polícia Civil Alex Rodrigues, que atua na delegacia de Cavalcante. Perguntado sobre as informações sobre a antiga proximidade entre um PM e uma das vítimas e que a ação teria sido uma execução, Rodrigues diz que ainda não as recebeu. “O inquérito policial já foi instaurado, as diligências estão em andamento”, informa o delegado, que diz não haver prazo para a conclusão do inquérito. “Esperamos resolver o mais rápido possível”, acrescenta.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Goiás (PMGO), solicitando posicionamento sobre o caso e os apontamentos, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Não foi possível estabelecer contato com o sargento citado pelos familiares de Salviano Conceição, o espaço segue aberto para manifestações.
Fonte: O Popular