O ex-atacante Roni, que teve passagens marcantes pelo Vila Nova, Fluminense, Santos e Goiás entre as décadas de 1990 e 2000, recebeu a notícia de que o Ministério Público pediu o arquivamento do inquérito que apurava a suspeita de envolvimento dele e de seus sócios na fraude de borderôs de ao menos 18 jogos no estádio de Brasília, de 2015 a 2017, com uma sonegação fiscal que somaria cerca de R$ 300 mil.
Roni atuava no mercado de compra e venda de mandos de campo para levar grandes equipes do Sudeste para outros centros do país, e, aos olhos de órgãos de fiscalização, era suspeito de manipular os borderôs de partidas no Mané Garrincha.
A desconfiança dos investigadores era a de que Roni e sócios informavam um público menor do que aquele que de fato havia no estádio, de modo a reduzir o imposto devido à Receita e também o preço do aluguel do espaço. “Passei um período muito difícil. Foram realmente seis anos bem complicados. Foi um impacto muito grande em nossas vidas”, afirmou Roni ao jornal Folha de S. Paulo.
“Infelizmente, a pandemia também nos atrapalhou. Isso fez com que o processo ficasse ainda mais demorado”, acrescentou o ex-jogador, campeão carioca com o Fluminense, em 2002, e com o Flamengo, em 2007. Roni nega que tenha cometido qualquer irregularidade.
“Se tivesse alguma coisa que eles imaginavam que a gente estivesse fazendo de errado, era só ter me chamado que teria o maior prazer de colaborar com a Justiça e esclarecer tudo. Infelizmente, optaram por uma megaoperação com mais de 150 pessoas que teve uma repercussão muito grande.”
O ex-atacante acrescentou que, por conta da investigação, teve dificuldades para conseguir empréstimos bancários para tocar os negócios nos últimos anos. Além disso, chegou a ser questionado pela Fifa (Federação Internacional de Futebol) sobre o andamento do processo ao tentar tirar a licença para trabalhar como agente de jogadores, tendo de levantar uma série de documentações para satisfazer a entidade.
Apesar dos contratempos, ele disse que pôde contar nesse período com o apoio de amigos, familiares e parceiros de negócios.
“Todos os presidentes de clubes com quem a gente fazia negócio —Flamengo, Vasco, Fluminense, Palmeiras, Corinthians— ligaram para mim ou mandaram mensagem dizendo que confiavam em mim e sabiam da minha idoneidade e do meu caráter”, afirmou Roni.
O ex-jogador continua atuando no mercado de compra de mando de campo, com a realização neste ano de cinco partidas do Flamengo, pelo Campeonato Carioca, no Nordeste, e do confronto entre Cruzeiro e Vasco, pelo Brasileiro, em Uberlândia.