O Ministério do turismo divulgou na última segunda feira o novo Mapa Nacional do Turismo constituído por 2.542 cidades e 322 regiões turísticas. Em Goiás, 19 novos municípios goianos passaram a fazer parte e 6 deixaram de integrar o programa, elevando para 92 o numero total de municípios pertencente ante aos 79 anterior a última atualização distribuídos pelas 10 regiões turísticas de nosso estado.
O Mapa Nacional do Turismo é o principal instrumento do programa de regionalização do turismo e apenas os municípios que o compõe pode pleitear recursos do Ministério de turismo como o FUGETUR e outros programas.
Para fazer parte desse seleto grupo os municípios devem cumprir uma serie de exigências e comprovar vocação turística, Como diz Luciano Guimarães, responsável pelo programa de regionalização do estado de Goiás; “Não são todos os municípios que devem compor o mapa do turismo, dada a complexidade que o setor exige é preciso que poder público e comunidade se articulem e estejam dispostos a colocar o turismo no centro das atenções e das ações. Além disso o município precisa ter algum apelo ou potencial que atraia ou possa atrair pessoas até ele seja de caráter natural, cultural, religioso entre outros”.
O Presidente da Goiás Turismo, Fabrício do Amaral ressalta a dificuldade que o setor passou e ainda está passando por conta da pandemia; “Nenhum setor sofreu tanto quanto o turismo, estamos indo para o terceiro ano e as atividades ainda não foram normalizadas. A pandemia coincidiu com o melhor momento que Goiás vivia em termos de crescimento do turismo e foi um duro golpe que estamos sentindo até hoje, no entanto mantemos a esperança de retomar aos níveis pré-pandemia já em 2023”.
Dentre as regiões turísticas de Goiás a região de Águas e Cavernas do Cerrado foi a que mais se destacou, anteriormente composta por apenas Formosa, São Domingos, Damianopolis e Mambaí, agora no novo mapa essas cidades ganharam a companhia de Divinópolis de Goiás, Guarani de Goiás, Nova Roma, Buritinópolis, Simolândia, Posse e Flores de Goiás. A região passou de 4 para 11 municípios apresentando um crescimento de quase 300%, o maior de Goiás e certamente um dos maiores do Brasil.
A região citada fica localizada no nordeste goiano e compreende também o Vão do Paranã, região até hoje conhecida como corredor da miséria dada ao fato de concentrar os piores indicadores sociais do estado e ainda possuir diversos desafios econômicos. Tal condição social contrasta com as belezas naturais que essa região abriga como o maior complexo de cavernas da America latina, a maior queda acessível do centro-oeste entre muitas outras.
O presidente do Fórum da região Águas e Cavernas do Cerrado, Bruno Queiroz, comemora o resultado, mas adverte que fazer parte do mapa é apenas uma etapa para tornar um município efetivamente turístico e continua “Devemos aproveitar o momento em que os gestores estão enxergando no turismo uma alternativa para levar para suas cidades uma atividade econômica que além de distribuir riqueza de forma democrática ainda ajuda a elevar a auto estima da população sem precisar agredir o meio-ambiente. Acredito que o turismo será o grande vetor que libertará essa região extraordinária da incomoda pecha de corredor da miséria” acrescenta.
Bruno Queiroz que foi um dos pioneiros do turismo na cidade de Mambaí, já atua no setor a mais de 15 anos e acredita que a região vive o seu melhor momento dado ao engajamento dos atores locais e da parceria com instituições como o SEBRAE e Goiás Turismo que mesmo durante a pandemia intensificaram a atuação na região. “Acredito que com a entrada dos novos municípios teremos mais capital político para lutar por nossa região na busca de recursos e benefícios, principalmente de infraestrutura como estradas e divulgação da região que deixará de ser em breve conhecida como corredor da miséria passará a figurar como um dos principais polos de turismo de natureza do país!” conclui o entusiasmado presidente do Fórum da região de Águas e Cavernas do Cerrado.
Fonte: Diário da Manhã
